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Turismo no rio Croa, no Acre: espiritualidade e ecologia – 05/09/2023 – Turismo

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Às margens do rio Croa, a 635 km de Rio Branco, capital do Acre, uma mulher de estatura baixa e cabelos pretos vestida com uma túnica marrom recebe um grupo de centena pessoas que acabam de descer dos barcos. “Sejam bem-vindos. Meu nome é Cíntia Flores”, diz, oferecendo um amplexo a cada um que chega em terreno firme.

A peruana de 48 anos mora na região ribeirinha de Cruzeiro do Sul, segundo maior município do estado, há 15 anos. No Brasil são mais de 30, desde que fugiu dos abusos que sofria do padrasto em seu país natal.

Hoje, Cíntia é dona de uma pousada e guia místico de povos do território amazônico. Junto da comunidade sítio, ela tem desenvolvido o turismo ecológico nas imediações do rio Croa, com foco na valorização da cultura e na preservação ambiental.

O caminho até o recanto é percorrido de embarcação, posteriormente 22 quilômetros de deslocamento terrestre pela BR-364, saindo do núcleo de Cruzeiro do Sul.

O desenvolvimento do turismo na região, principal natividade de renda das tapume de 80 famílias que vivem na comunidade ribeirinha, despertou o interesse do estado, que tem investido em infraestrutura.

Por isso, o trajeto que leva ao Croa é asfaltado, e, desde o final do ano pretérito, há wifi na região —o que não significa conexão contínua, já que é rotineira a queda de sinal no município.

Chegando à margem, é verosímil remunerar pelo deslocamento aquático ou mesmo fazer um passeio de embarcação ao longo do rio. Cada visitante paga, em média, R$ 15 pelo trajeto nas embarcações, guiadas pelos moradores da comunidade ribeirinha. Há também pacotes ofertados pelas pousadas, com o serviço incluso.

Além das águas do manancial, cobertas de pequenas flores e vitórias-régias em algumas estações do ano, há árvores centenárias na região.

Considerada a rainha da floresta, a samaúma, também chamada de sumaúma, exibe raízes monumentais e uma despensa de até 70 metros de profundidade. A árvore absorve chuva das profundezas do solo amazônico e hidrata as vegetação ao seu volta. Em alguns períodos, ela dispersa umidade no ar, irrigando a atmosfera.

Essa nobreza faz secção do sagrado, diz Cíntia. É para as samaúmas que ela conta seus segredos e, aos seus pés, consagra a medicina que usa em seus trabalhos espirituais.

Trabalhos esses que envolvem tomar ayahuasca, bebida usada em rituais religiosos porquê o do Santo Daime. “Devotar a medicina é estar ingénuo a receber o que o chá tem para trazer a você: coisas boas, vibrações, visões e ensinamentos”, afirma Jonatan Fernandes de Souza, 32, fruto de Cíntia e um dos responsáveis pela pousada.

Antes de guiar pela floresta o grupo que a Folha acompanhou, Cíntia chegou a perguntar para uma das árvores se gostaria de receber a turma, mas teve uma resposta negativa. Por isso, uma trilha prevista para porfiar cinco minutos acabou sendo substituída por outra, de 15, onde estava plantada uma samaúma disposta a receber convidados.

Entre as raízes da samaúma, a guia místico contou porquê deixou o Peru ainda jovem e chegou ao Brasil. Foi a mana Janaina, que ela labareda de seu espírito de luz e com quem diz se legar por meio da ayahuasca, que a conduziu até as margens do rio, onde construiu pousada e restaurante, batizados com o nome dessa última.

Lá, Cíntia também conduz rituais com a bebida sagrada, que permite a ela uma conexão místico com a natureza, e com o rapé, mistura de ervas porquê o tabaco e cascas de árvores que é assoprada no nariz. O tratamento medicinal, porquê é chamado, atrai brasileiros e gringos que buscam o próprio despertar místico ou a trato para doenças.

O turismo é uma das principais fontes de renda da comunidade, que retira da terreno e do rio o manjar quotidiano. Com o desenvolvimento das visitas ao sítio, há hoje tapume de seis restaurantes às margens do Croa, que oferecem trilhas pela mata, passeios pelas águas escuras do rio e refeições locais.

As construções são rústicas e costumam ser feitas a partir da mistura de madeira e palha, combinação que permite um isolamento térmico do calor, que pode chegar a 40°C. Há redes espalhadas por todos os lados, e pequenas cabanas abertas, com mesas e bancos de madeira.

A culinária é repleta de pratos com os peixes tambaqui, surubim e piau, pescados no rio Juruá ou comprados de criadores. A pesca no Croa é permitida unicamente para consumo próprio, sendo proibida a retirada de grandes quantidades, para preservação ambiental. Já frutos porquê o açaí e a banana são comprados da vizinhança, que produz.

Há opções de peixe assado na palha da banana, prato típico da região, costelinha frita, caldeirada, moqueca, isca e filé. Para os que não abrem mão da músculos vermelha, a pousada oferece churrasco e filé na placa, além da penosa caipira. Há também opções vegetarianas e veganas.

Os pratos acompanham arroz, macarrão, feijoeiro, farofa, pirão, além da escolha entre banana, batata ou mandioca frita. Influenciada pelas raízes peruanas de Cíntia e pela cultura sítio, a comida tem um ar granjeiro, e traz o olência da lenha queimada no preparo. Na mesa, não faltam os sucos de açaí, cupuaçu e graviola, de fácil aproximação na região.

Porquê se preparar para a viagem à região do rio Croa

Vale redobrar o zelo com as vacinas e o protetor solar, além de prometer a hidratação durante o dia. E lembre-se: dar de rosto com uma serpente pode não suceder, mas os mosquitos certamente estarão por lá.

Vacinas

É recomendável tomar a vacina de febre amarela com até 10 dias de antecedência da viagem, caso nunca tenha tomado. Vale ainda confirmar a imunização contra hepatites A e B, atualizar a vacina antitetânica e conferir se o ciclo vacinal contra Covid está completo.

Repelente

É indispensável. São recomendados os óleos puros de citronela e andiroba. As versões trifásicas de marcas de cosméticos são mais eficientes que os repelentes de farmácia (pela experiência da repórter).

Protetor solar

Principal para o sol do Setentrião. Passar logo pela manhã e em todo o corpo não vai comprometer em zero o bronze, mas pode evitar insolação e queimaduras na pele.

Roupas leves

Não importa se você não é a pessoa do top —vai querer colocar um cropped. Peças com tecidos finos são bem-vindas, e quanto menos tecido, melhor. Levar mais de uma opção para banho pode ser útil, porque você vai querer usar até mesmo fora da chuva.

Notícia boa: banho de rio é muito bom, e nem precisa de toalha (você vai secar em minutos). O tênis só é útil se for fazer grandes trilhas. Do contrário, o chinelo é suficiente.

Garrafa de chuva

Vale a pena investir em garrafas térmicas, que mantém a temperatura da chuva, e com alça, para carregar ao longo do dia. Além de refrescar, mantêm a hidratação.

Dica extra

Se for dormir na palhoça, vale levar uma manta. Pode ventar durante a noite e, se houver muitos mosquitos, um cobertor pode ajudar.


Pousada e Restaurante Esquina Feitiço Janaina

Os pacotes para passar o dia incluem ida e volta de embarcação entre o porto e a pousada, almoço, trilha, passeio pelo rio Croa, aproximação a cabanas com rede, visitante à samaúma, aproximação a piscina proveniente e wifi. Custam partir de R$ 140 por pessoa, e R$ 180 por parelha.

Há ainda opções de visitante às aldeias Katukinas e Puyanawa, com pernoite na pousada por 7 dias, incluindo moca, almoço e jantar, traslado e glorificação da medicina ayahuasca. A partir de R$ 3.500. Petiz até 8 anos não paga.

Onde saber mais: @pousadajanaina_croa no Instagram

Tel.: (68) 99912-3364



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