São Paulo
Quem acompanha a turbulenta disputa que vem sendo travada nos tribunais por pretexto de sua legado, pode perder de vista a força que Gugu Liberato (1959-2019) teve na cultura popular brasileira. Entre os anos 1980 e 1990, o nome do apresentador era tão poderoso que foi parar nos quadrinhos.
Na “Revista do Gugu”, o logo apresentador do Passa ou Repassa e do Viva a Noite, que ia ao ar nas noites de sábado no SBT, era desenhado sempre com um cabelo loiro manteiga, mais evidente do que de vestuário era, e aparecia nas situações mais inusitadas.
Sempre carregando seu tradicional microfone, Gugu protagonizava histórias completamente fictícias (e algumas muito sem noção). Enfim, quem lutaria contra um lobisomem vestindo terno? Em uma edição, ele ganhava ares de “rei das selvas”, numa imitação de Tarzan com sua ruiva Jane, enquanto em outra ele mostrava “a dura vida de um super-herói”.
Também era generalidade que outros famosos da estação aparecessem em “participações especiais”. Na edição de número 4, Sérgio Mallandro surge porquê um skatista. As revistinhas continham ainda entrevistas com artistas porquê Angélica, Mara Maravilha e Simony, além de horóscopos, pôsteres de artistas e passatempos.
O gibi surgiu em 1988, publicado pela editora Abril, e durou até 1990, com 20 edições no totalidade. A moeda da estação era o cruzado e, hoje em dia, algumas edições estão à venda por mais de R$ 100 em sites de revenda na internet. Uma verdadeira relíquia!