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Redes sociais influenciam a busca por procedimentos estéticos

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Filtros e conteúdos de venustidade impactam a relação entre expectativa e verdade de intervenções cirúrgicas

Redes sociais aumentam a procura por procedimentos estéticos Redes sociais aumentam a busca por procedimentos estéticos Imagem: Dean Drobot | Shutterstock

As redes sociais têm conquistado cada vez mais espaço quando o objecto é venustidade e, com diversas influenciadoras produzindo teor sobre o objecto, tornaram-se uma novidade tendência de consumo. Por consequência, também ampliaram o chegada e a exposição a diferentes imagens, criando percepções distorcidas no público sobre a própria figura.

De conformidade com um estudo publicado na plataforma PubMed, em 2019, o uso de aplicativos de vídeo, filtros e edição de fotos está associado à baixa autoestima. A pesquisa também concluiu que esses mesmos tipos de redes (além de aplicativos de relacionamento) ampliam a procura por procedimentos estéticos.

“Estudos mostram que pessoas que consomem conteúdos relacionados à venustidade e a procedimentos estéticos estão mais suscetíveis a fazer tratamentos. Mas isso também tem outro lado, pode ter menor questionamento da real premência e, eventualmente, uma maior taxa de insatisfação”, diz o cirurgião plástico Matheus Manica.

Influências das redes sociais

De conformidade com um cláusula publicado (2021) na revista Current Psychology, mulheres entre 18 e 29 anos que passam maior tempo nas redes sociais e seguem um número maior de influenciadoras que passaram por procedimentos são mais suscetíveis a realizar tais intervenções.

Para Matheus Manica, isso acontece porque pode ter dificuldade de alinhamento entre expectativa e verdade quando pessoas que já foram muito expostas a esse tipo de teor buscam realizar qualquer procedimento. Ele explica que essa parcela de pacientes deseja o mesmo resultado sem considerar que seu corpo é dissemelhante e que seu organização responde de outra forma às intervenções.

“Por consumirem muito, essas pessoas se espelham em influenciadoras e celebridades, idealizando o que de vestimenta o tratamento pode fazer. E existem limitações técnicas e fisiológicas que determinam os resultados, o mesmo procedimento em pessoas diferentes vai ter resultados distintos”, afirma Matheus Manica.

Consultar um perito é importante para evitar informações falsas sobre procedimentos estéticos (Imagem: Syda Productions | Shutterstock)

Conteúdos podem gerar desinformação

Atualmente, os pacientes chegam às clínicas mais informados e com demandas específicas. O relatório The Future of Aesthetics 2023, publicado pela Allergan Aesthetics, destaca que isso é resultado da disseminação de conteúdos nas redes sociais sobre procedimentos, cirurgias e ativos presentes em cosméticos. No entanto, os conteúdos podem, em vez de compartilhar informação, espalhar desinformação com dicas perigosas ou sem comprovação científica.

Médicos ajudam a alinhar expectativas

Segundo Matheus Manica, o primeiro duelo na avaliação de um paciente é justamente o de alinhamento de expectativas. Em casos que se espera ter um proveito além do estético, o médico aponta que pode ser uma expectativa irreal ou, até mesmo, sinal de dismorfia.

“Por mais que um tratamento seja bom, ele não vai resolver a questão psíquica de base. Não vai ‘salvar’ um relacionamento nem melhorar a vida social do paciente. São casos em que é importante não fazer o tratamento ou a cirurgia e, dependendo, pode ser interessante uma avaliação com o psiquiatra (o que nem sempre é muito aceito). Às vezes, pode ser alguma coisa que o paciente está dando uma prestígio maior do que deveria”, finaliza o profissional.

Por Carla Gullo



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