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Programa reduz em 50% infecções em hospitais públicos – 07/12/2023 – Equilíbrio e Saúde

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Em cinco anos, um projeto de segurança de pacientes internados em UTIs (unidades de tratamento intenso) de 303 hospitais do SUS (Sistema Único de Saúde) conseguiu reduzir em mais de 50% as taxas das infecções relativas à assistência à saúde, uma vez que as associadas a cateter ou à ventilação mecânica. Com isso, foram evitadas murado de 5.000 mortes.

Realizada pelo Ministério da Saúde em parceria com seis hospitais de ponta (Albert Einstein, Sírio-Libanês, BP, Hcor, Oswaldo Cruz e Moinhos de Vento) que integram o Proadi (Programa de Base ao Desenvolvimento Institucional do SUS), a iniciativa aponta para uma economia de R$ 718 milhões gerada aos cofres públicos.

De combinação com o balanço do projeto, divulgado nesta quinta (7) em Brasília, entre 2018 e 2023, foram evitadas 3.602 infecções da fluente sanguínea associada o uso de cateter venoso medial, outras 4.581 relacionadas ao cateter vesical e 4.935 pneumonias por ventilação mecânica. Ao todo, foram acompanhados 439 milénio pacientes.

“A infecção hospitalar não só deixa o paciente mais tempo internado, consumindo mais recursos públicos, uma vez que também faz com que muitos pacientes morram”, diz Fernando Torelly, superintendente do Hcor, que integra o Proadi.

Numa primeira lanço, os hospitais públicos foram visitados por equipes profissionais especializados em segurança do paciente, que fizeram um comitiva da rotina nessas instituições.

Entre os problemas observados estavam a falta de transparência dos protocolos para a prevenção das infecções, hospitalares, a insuficiência de recursos para o diagnóstico precoce, uma vez que exames no tempo claro para detectar o tipo de infecção e iniciar o tratamento de forma rápida, e a exiguidade de um programa de ensino continuada permanente.

De uma forma universal, é a subida rotatividade dos profissionais de saúde e, se não há um treinamento permanente, a tendência é que os ganhos obtidos em cursos isolados de capacitação se percam. “Quem entrar no lugar, se não tiver pronto, ele estraga tudo de novo. Esse é um problema quase sistêmico”, diz Torelli.

Exclusivamente 6% dos hospitais brasileiros possuem alguma forma de acreditação hospitalar, que também é uma instrumento que ajuda a melhorar os processos dentro dos hospitais.

Segundo Nilton Pereira Júnior, diretor do Departamento de Atenção Hospitalar, Domiciliar e de Urgência do Ministério da Saúde, os vários modelos de gestão nos serviços públicos, uma vez que as organizações sociais de saúde (OSS) e as fundações e a queda do financiamento em saúde reduziram as vagas estáveis para profissionais de saúde, o que explica a subida rotatividade.

“Isso diminui a capacidade de treinamento. Quando chegam dez novos profissionais em um hospital, em universal, o déficit está grande que o gestor não consegue deixar o profissional treinando uma semana.”

Em conjunto com as equipes dos hospitais públicos, os profissionais do Proadi montaram protocolos assistenciais de combinação com a verdade de cada instituição e todo o processo passou a ser monitorado.

“Todos os hospitais tinham que reportar para o grupo medial do projeto os seus resultados, e a equipe voltava lá regularmente para checar se eram realmente aqueles”, conta Torelly.

Segundo ele, o engajamento dos profissionais de saúde na maioria dos hospitais públicos foi “fantástico”. “Dá orgulho de ser brasílio quando lá na ponta, com poucos recursos e muitas dificuldades, o pessoal tá fazendo o supremo provável.”

De combinação com Pereira Júnior, do Ministério da Saúde, o projeto, que envolveu UTIs de adultos, pediátricas e neonatais, deve progredir a partir do próximo ano para todas as áreas assistenciais dos hospitais, uma vez que as salas cirúrgicas, as enfermarias e os prontos-socorros.

Ele diz que o ministério está concluindo um levantamento em que foram apontados gargalos importantes, uma vez que a falta de comissões de controle de infecção hospitalar. “Muitos hospitais não têm núcleos de segurança do paciente. Temos que ter uma equipe que vai permanecer ali para tocar o programa quando o Proadi não estiver mais lá.”

O país tem um programa vernáculo de segurança do paciente há dez anos, desenvolvido pelo Ministério da Saúde, mas, segundo Pereira Júnior, ele tem limitações. Uma delas é não ter equipes que consigam ir até os hospitais e fazer esse comitiva presencial dos hospitais que foi feito com o Proadi.

O passo seguinte do projeto será olhar para rede pública de saúde uma vez que um todo. “Não adianta zero organizar um hospital se a gente deixar a UPA, o meio de referência desarticulados ou mesmo os hospitais de pequeno porte. Todos esses projetos têm que pronunciar com as grandes diretrizes do ministério.”

Pereira Júnior diz que é preciso também também mudar a cultura de “fulanizar” os eventos adversos relacionados à segurança do paciente.

“Não se pode encontrar que a culpa é somente da enfermeira, da técnica de enfermagem que aplicou a medicação errada no paciente e gerou um óbito, ou que não lavou as mãos e causou infecção. É uma questão institucional. Tem um comportamento pessoal, mas tem também todo um envolvente que promoveu ou não promoveu a segurança do paciente.”

Para ele, é preciso mudar o paradigma de só penalizar a pessoas. “Precisamos melhorar as condições de trabalho, dar sustentabilidade, para que a pessoa se sinta segura de reportar um problema na margem do leito sem ter temor que isso se vire contra ela.”

Essa cultura de segurança do paciente, pontua Pereira Júnior, deveria debutar já nas graduações e cursos técnicos de todos os profissionais de saúde.

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