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Pílulas de comida da ficção científica nunca foram reais – 03/01/2024 – Equilíbrio

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Você provavelmente já viu esta cena, que é um tema ordenado dos primórdios da ficção científica: um varão ou mulher do horizonte coloca uma pílula na boca, engole e fica sustentado quase instantaneamente.

A pequena invólucro branca, na verdade, é uma repasto completa com três pratos, projetada para imitar as refeições do pretérito em uma única ração, útil e portátil.

O músico de ficção científica “Fantasias de 1980” (1930) conta a história de um varão que acorda de um coma depois de 50 anos, na Nova York da dezena de 1980.

Ele passeia por uma cidade distópica, onde as pessoas são conhecidas unicamente por números, e seus novos amigos o levam a um “moca”. Ali, eles pedem uma repasto completa, que inclui sopa de mariscos, carne assada, aspargos, torta e moca.

Depois de alguma insistência dos amigos, o varão dos anos 1930 acaba engolindo a pílula. Ele afirma que “a mesocarpo assada estava um pouco dura” e sente falta dos “bons velhos tempos”.

Mas, se formos observar esses “bons velhos tempos”, a repasto em pílulas não surgiu na mente fértil dos escritores de ficção científica. Ela foi criada pelos políticos da quadra.

Mais precisamente, esta visão minúscula do horizonte teve suas raízes no feminismo do final do século 19.

Pílulas contra o patriarcado

Durante os preparativos para a Feira Mundial de 1893 em Chicago, nos Estados Unidos, a Associação de Prensa Americana pediu a escritores de diversos campos que promovessem o evento, escrevendo ensaios sobre porquê eles acreditavam que seria o mundo em 1993. Seu trabalho foi publicado em pequenos jornais locais de todo o país.

A suffragette (ativista pelos direitos de as mulheres votarem) americana Mary Elizabeth Lease (1850-1933) previu que, em 1993, os seres humanos comeriam unicamente vitualhas sintéticos, liberando as mulheres do difícil trabalho de cozinhar.

Para ela, as pessoas iriam “ingerir, em forma condensada do rico barro da terreno, a força vital ou os germes agora encontrados no coração do milho, na semente do trigo e nos deliciosos sucos de frutas. Um pequeno frasco dessa vida do seio fértil da Mãe Terreno fornecerá aos homens nutrição para dias. E, com isso, os problemas das cozinheiras e da cozinha estarão resolvidos.”

A ficção antifeminista da quadra ridicularizou a fascinação pelas pílulas de comida.

Livros humorísticos porquê “The Republic of the Future” (“A República do Horizonte”, em tradução livre), publicado em 1887 pela conservadora social Anna Dodd (1858-1929), zombaram do concepção de mulheres que não queriam passar a maior secção do seu dia na cozinha.

O romance é ambientado na Novidade York do ano 2050. Seu narrador anuncia jocosamente que “quando a última torta foi transformada na primeira pílula, começou a verdadeira liberdade das mulheres”.

A viradela do século 20 também trouxe o susto de que o planeta simplesmente não conseguisse fornecer vitualhas suficientes para todas as pessoas, considerando o incremento populacional da quadra.

Por isso, nos anos 1920 e 1930, a pílula de comida aparecia na prelo popular porquê um pouco inevitável, ainda que um tanto terrífico. E a comédia tentava reduzir o pânico.


Em 1926, um jornal de Utah, nos Estados Unidos, publicou uma série de desenhos brincando com a teoria.

Em um deles, um trabalhador da construção civil mexe nos seus bolsos e percebe que esqueceu sua pílula de repasto em moradia; o atendente de um mercado coloca sobre o balcão seis pílulas de mesocarpo de peru para o jantar para uma senhora que está fazendo compras para o Dia de Ação de Graças; e as mulheres da moradia comentam sobre os “antigos” pratos sujos para lavar, que ficaram unicamente na memorandum, graças às pílulas alimentares.

As ideias eram extravagantes, ainda mais porque, nos desenhos da quadra, a tendência não teria escoltado a tecnologia da alimento —as pessoas ainda usavam gravatas na hora do jantar.

Mas eram ideias plausíveis para muitas pessoas nos anos do pós-guerra, que viram a ciência e a tecnologia gerar instrumentos que as ajudaram a destruir o mundo em que viviam e ainda ofereciam a esperança de reconstruí-lo. E, naquele mundo, os homens eram unicamente uma secção menor de uma grande máquina industrial.

Nascente quadro foi sintetizado pelo slogan da Feira Mundial de Chicago em 1933: “A ciência descobre, a indústria aplica, o varão se adapta”. A frase sugere que o varão deve se sujeitar aos grandes avanços do momento, incluindo as refeições em pílulas.

Em vez das pessoas terem prazer com a comida, os vitualhas passariam a ser um pouco controlado e reduzido aos seus componentes. Eles deixariam de ser nutrição para a espírito, servindo unicamente para sustentar a vida. E os homens deveriam simplesmente engolir a pílula quando chegasse o horizonte da alimento.

A ficção científica adorava esta espécie de visão tecnocrática e disfuncional, que sempre surgia quando o tema eram as pílulas de comida.

No livro “O Que Iremos Manducar Amanhã? Uma História do Horizonte da Alimento” (Ed. Senac São Paulo, 2001), o responsável Warren Belasco escreve: “embora a maioria das pessoas prometa e espere que nunca irá precisar de pílulas para se cevar, elas imaginam que as gerações futuras irão se harmonizar ao que a ‘ciência encontrar’ —pílulas, algas ou outros horrores distópicos”.

As pastilhas ganham terreno

Mas nascente comportamento submisso desapareceu nos anos 1960. Ele foi substituído pela tecnoutopia, dirigida pelo glamour e pelo exalo da corrida espacial.

Na era das viagens espaciais, as pílulas de comida eram consideradas a próxima lanço lógica da evolução dos vitualhas —a última termo em eficiência e um triunfo do varão sobre a natureza.

Enquanto isso, no espaço, astronautas em cápsulas experimentais sugavam vitualhas do interno de bolsas de prata, longe da superfície do planeta. Os pós espaciais podiam ser reidratados na forma de gel, para que não vazassem para o interno das delicadas cápsulas. Elas forneciam refeições nutricionalmente completas que podiam ser ingeridas através de canudos.

Na Terreno, crianças e adultos queriam fazer secção desses avanços. Barras embaladas em papel-alumínio e refrescos em pó, porquê o Tang, ganhavam status e popularidade. E o surgimento de vitualhas condensados e desidratados trouxe as pílulas de comida de volta para o menu dos personagens do horizonte.

Tudo isso, coligado à chegada dos jantares em frente à TV e aos temores sobre a segurança alimentar durante a Guerra Fria, fez com que as ilustrações dos vitualhas do horizonte também sofressem um renascimento.

Um exemplo foi a tira em quadrinhosOur New Age” (“Nossa Novidade Era”, em tradução livre), publicada em mais de 110 jornais de várias partes do mundo entre 1958 e 1975.

Uma edição da tira, publicada em 1965, apresentou os vitualhas sintéticos do horizonte porquê a resposta para a crise cevar do planeta. Dividida em quatro quadros, a tira colorida registrou as mudanças da evolução dos vitualhas.

O primeiro quadro explicou porquê os seres humanos caçavam feras selvagens e coletavam vegetação silvestres para sua alimento, 9 milénio anos detrás. O pintura seguinte afirma que os vitualhas sintéticos são unicamente a próxima lanço da agricultura moderna, permitindo que a ciência alimente uma população crescente que não é atendida pelos métodos da lavoura tradicional.

O último quadro da tira afirma, triunfante, que os químicos poderiam erigir fábricas eficientes para “atender toda a escassez de comida em qualquer secção do mundo”.


A impossibilidade

Da mesma forma que, em 1928, o presidente americano Herbert Hoover (1874-1964) ganhou as eleições prometendo “uma penosa em cada panela”, a promessa dos anos 1960 parecia ser “uma pílula de comida em cada bolso”.

Mas, porquê acontece com muitas visões do horizonte, a pílula cevar deixou de ser um objeto de fascinação para ser ridicularizada. No anos 1960 e 1970, desenhos animados porquê “Os Jetsons” e filmes porquê “O Dorminhoco” (1973) jogaram um balde de chuva fria sobre a teoria, ridicularizando os sonhadores do pretérito.

A questão, naturalmente, é que produzir uma pílula de comida simplesmente não é provável. Programas militares criaram rações cada vez mais comprimidas e pílulas que podiam ajudar a saciar a lazeira, mas a teoria de uma pílula com uma repasto de três pratos permanece tão remota quando a descrição de Novidade York no filme “Fantasias de 1980”.

Mas talvez nós sempre soubéssemos disso. Em 1936, o jornal Jefferson City Post-Tribune publicou um item com as opiniões de um evidente Dr. Milton A. Bridges, da Universidade de Colúmbia, nos Estados Unidos.

O responsável declarava que “os seres humanos nunca irão consumir pílulas porquê refeições… as pílulas nunca podem sofrear volume calórico suficiente”.

Para ele, “é perfeitamente plausível fornecer todas as vitaminas e minerais necessários para uma alimento na forma de pílulas, mas você não consegue calorias sem consumir comida”.

Aparentemente, a teoria da repasto em pílulas seduziu as pessoas, mas a veras é muito mais difícil de engolir. Foi certamente o que aconteceu em 1944, quando o clube de mulheres de Missouri, nos Estados Unidos, promoveu um jantar do “Ano 2000”.

Foram servidas diversas pílulas de repasto: pílulas de tutti-frutti, uma pílula marrom para o prato com mesocarpo e uma bolinha de chocolate em miniatura porquê sobremesa. As mulheres, sem incerteza, gostaram de “recrear de horizonte”, até que foram mordidas pela veras.

Os relatos da quadra contam que, depois das pílulas, todas elas se renderam ao moca e comeram vários sanduíches. As pílulas simplesmente não foram suficientes para satisfazê-las.

Leia a versão original desta reportagem (em inglês) no site BBC Future.

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