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ONG recebe capacitações em gestão para apoiar migrantes e refugiados | ASN Nacional

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Em Maringá, no noroeste do Paraná, a Secretaria de Juventude, Cidadania e Migrantes estima que vivam, atualmente, 12 milénio migrantes e refugiados. Um dos locais onde esse público encontra assistência é no Instituto Ethnos Brasil, fundado no município no auge da pandemia, em setembro de 2020. Lá, mensalmente, são realizados 80 atendimentos a haitianos, paquistaneses, nigerianos, iemenitas, sírios, sudaneses e outros.

Os tapume de 20 voluntários, mais dois colaboradores, prestam serviços porquê aulas de português, de música, assistência psicológica, social, distribuição de cestas básicas, validação de diplomas, orientação para traduções juramentadas de documentos e seguimento para matrícula de crianças em escolas.

“Começamos um trabalho em 2016 com haitianos na Igreja Presbiteriana, com aulas de português. Eu e minha esposa somos pedagogos, começamos a atender tapume de 40 pessoas. Com o tempo, a iniciativa foi crescendo, até que fundamos a ONG para atender refugiados. São pessoas que vêm fugindo de guerras, sem documentos, sem o linguagem, que enfrentam xenofobia e outros tantos desafios”, diz o voluntário avante da ONG, Silvânio Barros de Oliveira.

Um dos principais desafios da ONG é manter a viabilidade financeira e se tornar sustentável. Hoje, tem porquê principal mantenedor a Igreja Presbiteriana, conta com doações de empresas e com a arrecadação em bazares e outras ações. A iniciativa também requer novos voluntários, em áreas porquê finanças e marketing e especialistas em projetos para captação de recursos em editais.

Para organizar as necessidades da ONG e vencer os desafios, Oliveira participou do Empreend+, na Vila Operária, uma série de capacitações e consultorias gratuitas para empreendedores nos bairros de Maringá, oferecida pela Prefeitura de Maringá, por meio do Espaço do Empreendedor, e pelo Sebrae/PR.

“No curso de empreendedorismo e nas consultorias individuais que recebi, passamos a entender melhor que temos uma razão superior e que precisamos vendê-la. Não temos fins lucrativos, mas não podemos ter prejuízo e precisamos arcar com todas as contas, porquê aluguel, robustez e internet e continuar prestando os serviços”, conta Oliveira.

É a primeira vez que Oliveira, que se voluntaria entre causas diversas há mais de 20 anos, assume a posição da gestão. Ele tem devotado de oito a nove horas por dia ao trabalho, de segunda-feira a sábado.

“Estou aprendendo a porquê gerir a ONG e a organizar as nossas necessidades. Um dos pontos principais será substanciar nossas ações de marketing, tanto para recepcionar fundos quanto para informar as pessoas dos serviços que oferecemos”, diz o voluntário.

A gestão também precisa ser lapidada para a arrecadação de quantia voltada a um projeto de sede própria. Serão 2 milénio metros quadrados de construção, com salas para gerências, atendimentos psicológicos, sociais e odontológicos, sala de informática, lição de música, recepção e, entre outros, seis apartamentos para protecção de refugiados.

Da Síria, Abdelkader Bertawi foi para a Jordânia, depois veio com visto de residente para o Brasil, em 2014, por razão da guerra. Depois de passar alguns anos em municípios do núcleo paranaense, ele se mudou para Maringá, onde tem sido atendido pela ONG.

Chegando em Maringá, em 2019, ele trabalhou porquê motorista de aplicativo até se estruturar porquê encanador e eletricista e precisou enfrentar outros desafios impostos pela barreira do linguagem.

“Em outra cidade, comecei a trabalhar com um salário menor porque não sabia o linguagem. Sabendo disso, em Maringá, procurei a ajuda dos voluntários, posteriormente a indicação de amigos. Um base importante que recebemos foi para matricular meu fruto mais velho na escola, no ano correto, além de aulas de linguagem para ele”, conta.

Bertawi vive em Maringá com Zen e Lin, os filhos mais novos, e com a esposa Doaa, a quem ajuda no preparo de pratos típicos para vender por delivery – o mais velho voltou para a Síria e ficará com avós até concluir uma lanço escolar. A família continua a frequentar a ONG, onde fez amizades e onde Zen faz aulas de música.

Zen Bertawi em lição de música na ONG. Foto: Neri9

Adesoji Elijah Oluwasanya Talabi veio da Nigéria com a família. Também encontrou na ONG base para se estabelecer no Brasil, tendo descrito com ajuda da organização para matricular as crianças na escola.

“A Ethnos tem sido maravilhosa na extensão humanitária. Nós realmente gostamos dos seus serviços quando precisamos de escola para meus filhos e outras coisas que nem consigo mencionar”, comenta Adesoji.

Capacitações

Segundo a consultora do Sebrae/PR, Patricia Santini, embora as ONG não sejam empresas que visam o lucro, precisam ser financeiramente viáveis e sustentáveis.

“O Empreend+ abarca todos os tipos de demandas em empreendedorismo, porque, junto à Prefeitura, levamos aos bairros as capacitações e consultorias para todos que tiverem premência, a exemplo do líder do Instituto Ethnos. É um trabalho que estimula o empreendedorismo de forma global e acaba gerando impactos sociais importantes”, destaca Patricia.

A diretora do Espaço do Empreendedor, Cássia Mendonça, observa que o objetivo é inferir um público cada vez maior. “Muitas pessoas não conhecem os benefícios disponíveis para se capacitar e transformar sonhos em verdade, por isso, estamos levando as oportunidades até onde elas estão, nos bairros”, observa.

Abdelkader Bertawi veio da Síria com a família e hoje mora no Paraná. Foto Neri9
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