É uma superfície muito pesada, e hoje eu sou pai. Quando encontram um problema muito grande, que a minha ajuda pode ser útil, eu ainda participo. Mas, evito, porque é uma coisa muito desgastante.
No entanto, o hacker conhece Tim Ballard e a história retratada no filme. “Eu já até mesmo me correspondi com ele, já estivemos nas mesmas conferencias. Mas, é complicado permanecer conversando sobre isso, porque é um tema difícil de se conversar. Você não ‘troca figurinhas’ de experiências com pedófilos. Até porque, as pessoas são muito sádicas com gente que está nessa só pelo moeda, não unicamente sexual. Não sei o que é pior.”
Dos 230 pedófilos identificados e indiciados pela operação Catedral-Rio, unicamente “quatro ou cinco foram condenados”, lamenta Wanderley. A lei, na dezena de 1990, nos princípios da popularização da internet, dizia que produzir, publicar e dar publicidade à pornografia infantil era violação, mas não abarcava o meio do dedo.
“As pessoas podiam ter um site e botar uma foto lá. Não era [considerado] meio de publicação. Você produzir a foto era, mas você provar que o face produziu a foto é muito difícil. Na estação, era muito complicado. O face escaneava a foto e dizia que não tinha sido ele. Foi a primeira investigação. A gente estava engatinhando nesse negócio. A lei mudou por conta da catedral.
“Não sei uma vez que não morri”
Wanderley estudava Engenharia Mecatrônica — voltada para a geração de projetos de sistemas eletromecânicos automatizados, controlados por computador — quando foi indicado por um professor para colaborar com o Ministério Público. Ele aceitou de forma despretensiosa, queria fazer média com o rabino para não reprovar na disciplina, sem imaginar o que estava pela frente.