Início Turismo No Kansas, mina de sal guarda museu cinematográfico – 08/01/2024 – Turismo

No Kansas, mina de sal guarda museu cinematográfico – 08/01/2024 – Turismo

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A mais de 2.000 km de Hollywood e a 200 metros debaixo da terreno, milhares de rolos de filmes e seriados clássicos americanos descansam protegidos das intempéries climáticas. Estamos no Kansas, núcleo geográfico dos EUA, onde é preciso olhar mais a fundo e além das plantações de trigo para encontrar algumas pérolas do estado.

Os sapatinhos vermelhos de Dorothy, a personagem de “O Mágico de Oz” que quer voltar para sua morada no Kansas, estão num museu de Los Angeles, mas os negativos do filme de 1939 estão muito guardados no Underground Vaults and Storage, uma firma de armazenamento instalada numa gigantesca mina de sal de 100 anos, ainda ativa e com 240 km de túneis.

Os cofres recebem filmes de diversos estúdios desde os anos 1950, o que ajudou a popularizar entre as equipes de pós-produção o bordão “Mande para as minas de sal!” cada vez que um trabalho é finalizado.

A teoria de armazenagem veio da Segunda Guerra Mundial, quando obras de arte roubadas por Hitler foram encontradas em ótimo estado entulhadas em minas de sal dos alemães. Os locais costumam ser seguros e ter temperatura e umidade constantes (20 graus e 45%).

A mina da cidade de Hutchinson possui um museu, o Strataca Underground Salt Museum, que organiza sessões de cinema e até corridas de 5 quilômetros pelos túneis desativados. Os visitantes podem conferir prateleiras lotadas de caixas de registro, algumas com os negativos do seriado “Friends”, e figurinos e adereços de “Super-Varão”, “Matrix” e “Homens de Preto”.

O museu conta a história da mina de sal, invenção quando se procurava petróleo na região, e curiosidades porquê a rotina dos operários que, muitas vezes, ficam dias sem ver a luz do sol.

É também pelas atividades subterrâneas que vale a visitante a Ellinwood, uma cidadezinha de 2 milénio habitantes a 100 km de Hutchinson. Paragem popular dos exploradores do Meio Oeste, a vila atraiu colonos alemães nos anos 1870 que deixaram uma marca na arquitetura: porões em todas as casas e estabelecimentos, criando uma movimentada rede de túneis.

Hoje, somente dois lugares mantêm seus túneis, uma loja de antiguidades, cujos porões serviam de barbearia e morada de banho, e o Historic Wolf Hotel, de 1894, cujas lojas subterrâneas viraram bares clandestinos na estação da Lei Seca nos anos 1920.

Tours levam os visitantes pelos túneis, decorados para recriar os ambientes de estação. Já o hotel, com somente cinco quartos, coloca seu saloon underground para funcionar aos finais de semana.

É bom avisar que a cidade atrai grupos de caça-fantasmas do mundo inteiro, e a gerente do hotel tem boas histórias para tirar o sono de qualquer um (a reportagem, porém, não presenciou zero sobrenatural).

De volta à superfície, Kansas surpreende pelas opções de natureza, embora não tenha parques nacionais do calibre de seu quase vizinho Wyoming, porquê Yellowstone e Grand Teton.

Entre as belas paisagens de pradarias, o estado esconde a maior dimensão de charco no interno do país, chamada Cheyenne Bottoms, a 24 km de Ellinwood. Apesar da seca que castiga a região desde julho de 2022, o refúgio já registrou mais de 360 espécies de pássaros e é considerado um dos melhores lugares para divisar grous-americanos, uma das aves mais ameaçadas de extinção na América do Setentrião.

Curiosamente, o lugar permite caça de patos, faisão, codorna e veado em áreas e épocas específicas, e a venda das licenças (R$ 700 para caça e pesca para não-residentes) ajuda a manter o multíplice de 41 milénio acres. “Obviamente, parece uma ironia, mas são dois usos dos pântanos que podem coexistir”, disse Curtis Wolf, diretor do Kansas Wetlands Education Center. “Os fundos que a indústria da caça gera para conservação são incomparáveis.”

Na terreno firme, há bisões à beça para se ver no Maxwell Wildlife Refuge, a 80km de Hutchinson. O refúgio de 2.800 acres, estabelecido nas planícies do Kansas em 1944, também abriga alces e organiza passeios num veículo ingénuo ou a cavalo. Na primavera, a terreno fica coberta de flores selvagens e dá para observar bezerros de bisão.

Alguns restaurantes oferecem mesocarpo de bisão. Na comunidade Amish de Yoder, o Carriage Crossing tem um menu peculiar às quintas com bife e hambúrger do bicho, sem descrever uma incrível lista de 26 tortas doces.

PARA O ALTO E AVANTE

Mas não se deixe enganar pela vibração rústico. Kansas é também um hub tecnológico, responsável por um terço dos aviões fabricados nos EUA. Além de atividades subterrâneas, não faltam atrações espaciais, ainda que seja necessário percorrer horas de estradas repletas de plantações de monoculturas.

Em Atchison, o Amelia Earhart Hangar Museum celebra a aviadora lugar que foi a primeira a voar sozinha pelo oceano Atlântico. Em Hutchinson, o museu Cosmosphere exibe a maior coleção combinada de artefatos espaciais americanos e soviéticos, incluindo uma suplente original do satélite Sputnik, num espaço que começou porquê planetário em 1962.

Já Wichita, maior cidade do estado, com 400 milénio habitantes, ganhou o sobrenome de “capital aérea do mundo”. Em 1952, hospedou a fabricação dos bombardeiros B-52 e, até hoje, é base de produções militares e grandes fabricantes, porquê Airbus, Bombardier e Textron (Cessna).

Wichita guarda outra joia do Kansas, construída em 1918 e preservada nos mínimos detalhes. É a mansão que Frank Lloyd Wright construiu para Henry Justin Allen, porvir governador do estado. “A morada de Allen será porquê um oásis no deserto arquitetônico do Kansas”, teria dito Wright na estação.

De roupa, a Allen House destoa das casas do bairro College Hill. Foi a última construção de Wright ao estilo Prairie, que dá ênfase às linhas horizontais, porquê as planícies do Meio Oeste.

Mais fácil de encontrar em Wichita é o Guardião das Planícies, uma estátua de 13 metros de um indígena, na cercadura da confluência de dois rios. O artista Blackbear Bosin tem seu trabalho exposto num museu vizinho devotado aos indígenas.

A 300 metros, um troll enorme foi atado sob uma grade de conquista de chuva, perto da margem do rio. Não é fácil de encontrar. É somente mais um dos encantos ocultos do Kansas.

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