Rio de Janeiro
Um varão foi espancado no show do Sepultura depois de fazer uma saudação nazista e encaminhar ofensas raciais ao vocalista, Derrick Green, durante um show em Fortaleza (CE) no dia 8 de julho.
O caso se soma a outros recentes em que músicos e fãs foram associados —injustamente ou não— a ideologias de extrema direita.
Relembre, aquém, alguns deles.
Jun.2023 – Ação contra Roger Waters
Em junho, o jurisconsulto Ary Bergher, vice-presidente da Conib (Confederação Israelita do Brasil), entrou com uma ação contra o cantor Roger Waters, fundador do Pink Floyd, para que ele fosse impedido de ingressar no país e realizar shows em território nacional, previstos para outubro e novembro.
A ação foi motivada por Waters ter vestido um uniforme de estilo nazista em um show em Berlim, em maio, de cor preta e com braçadeiras vermelhas. No pedido, além dos impeditivos, Bergher e duas advogadas solicitam que haja escolta policial em eventuais apresentações que ele faça no Brasil.
Depois de saber que estava sendo investigado pela polícia alemã pelo mesmo motivo, Waters declarou: “Os elementos de minha performance que foram questionados são claramente uma enunciação em oposição ao fascismo, injustiça e fanatismo em todas as suas formas”,
“As tentativas de retratar esses elementos porquê alguma coisa dissemelhante são dissimuladas e politicamente motivadas. A representação de um demagogo fascista desequilibrado tem sido uma particularidade dos meus shows desde ‘The Wall’ do Pink Floyd em 1980”, concluiu o músico.
Abr.2023 – Aurora substitui baterista réu de nazismo
Em abril, a cantora Aurora anunciou a substituição de seu baterista, Sigmund Vestrheim, acusado de nazismo depois de fazer um gesto de “OK”, associado a supremacistas brancos, ao termo de sua apresentação no Lollapalooza Brasil.
Depois de verem o gesto, fãs encontraram no Instagram do músico um ilustração velho com uma suástica —segundo a cantora, a intenção de Vestrheim era ser satírico.
O baterista também vinha sendo questionado pela legenda de uma de suas fotos, em que escreveu “skinhead para a vida”. O termo, que significa cabeças raspadas, é tradicionalmente relacionado a simpatizantes do nazismo.
Aurora, no entanto, disse que o baterista se referia a um grupo antirracista chamado Skinheads Against Racial Prejudice (na tradução livre, “cabeças raspadas contra o preconceito racial”).
Mar.2023 – Apresentação do Mayhem cancelada
Um show da banda norueguesa de black metal Mayhem, marcado para sobrevir em março em Porto Satisfeito, foi cancelado após várias críticas nas redes sociais e uma filete de protesto na frente do sítio, contra a margem, acusada de fazer apologia do nazismo.
Ex-integrantes do grupo já usaram suásticas em suas vestes, e a história da margem é coberta de polêmicas envolvendo morte.
“O baterista Hellhammer já se declarou contra a ‘mistura de raças’, apareceu já com suástica no braço e costumavam ensaiar em estúdio referto de totenkopf nazis”, afirmou o professor de filosofia e pesquisador da extrema-direita Renato Levin-Borges no Twitter.
Mar.2019 – Videoclipe do Rammstein em campo de concentração
A margem alemã Rammstein lançou em 2019 o videoclipe da música “Deutschland”, em que seus integrantes aparecem caracterizados como prisioneiros judeus em um campo de concentração nazista.
À idade, líderes de organizações de combate ao antissemitismo manifestaram repúdio à margem, que sempre rejeitou acusações de proximidade com a ideologia nazista.
Conhecida por suas apresentações pirotécnicas e pela vontade de provocar, a margem já havia incluído em outro videoclipe, vinte anos antes (“Stripped”, de 1998) trechos de “Olympia” (1936), filme usado porquê propaganda nazista.
Em junho, a Justiça alemã formalizou a abertura de uma investigação contra o cantor do Rammstein, Till Lindemann, acusado por várias mulheres de agressões sexuais.
Jan.2016 – Vocalista do Pantera faz saudação nazista
À idade em curso solo, o cantor Phil Anselmo, vocalista da margem de thrash metal Pantera, teve shows cancelados depois de fazer o cumprimento nazista e dizer “white power”, ou poder aos brancos, no final de uma apresentação em janeiro de 2016.
Depois de pedir desculpas, Phil Anselmo retomou a margem e está excursionando o mundo em festivais de metal.
Em 2022, meses antes do cancelamento do show do Mayhem, o Pantera fez shows lotados no Brasil e passou despercebido.
Set.2012 – Lynyrd Skynyrd e a bandeira confederada
A margem Lynyrd Skynyrd sempre foi conhecida por usar, em shows e clipes, a bandeira dos Estados Confederados da América, separação que reuniu seis Estados escravistas do Sul norte-americano, no período da Guerra Social (1861-1865).
Em 2012, o vocalista Gary Rossington (1951-2023), deu uma entrevista à CNN lamentando a adoção do símbolo por supremacistas brancos.
“Ao longo dos anos, pessoas porquê a KKK (Ku Klux Klan) e skinheads adotaram a bandeira confederada, afastando-a de sua tradição e do patrimônio dos soldados, que é o que era. Nós não queremos passar isso para os nossos fãs.”
À idade, admiradores lamentaram que o músico tivesse se rendido ao “politicamente correto”. Ele foi ao Facebook para esclarecer a enunciação e informar que a margem seguiria usando o símbolo nos shows.
“Eu só dei a minha opinião de que a bandeira, às vezes, era injustamente utilizada porquê símbolo por vários grupos de ódio, o que é uma coisa que não apoiamos.”