São Paulo
Um octeto que lança um dos mais relevantes discos do rock pátrio, perde de forma trágica um de seus integrantes e, aos poucos, vai diminuindo sua formação até virar, por alguns anos, um trio de menor frase na música brasileira.
Foram as desavenças, os excessos e um visível deslumbre com o sucesso que levaram os Titãs a irem se desmilinguindo porquê margem, contou Nando Reis no segundo incidente de seu podcast narrativo, Lugar de Sonho. O artista relatou episódios que viveu ao lado da margem –momentos bons e outros nem tanto, que acabaram por influenciar em sua saída, depois de mais de 20 anos de parceria.
“Na minha cabeça, a gênese e a definição dos Titãs porquê identidade músico se deu nos primeiros 10 anos, enquanto o Arnaldo estava lá. Os 10 anos subsequentes, que incluem o ‘Acústico [MTV]’, são consequências disso. Eu trato deles porquê um resultado correlato daquilo que nós criamos antes”, afirma.
Nando lembra que os músicos, hoje com os sete remanescente reunidos na vitoriosa turnê “Titãs Encontro”, chegaram a fazer 200 shows por ano, em uma rotina em que tudo (menos as horas de sono) era em excesso —birita e drogas, principalmente.
“Eu vivi a puerícia e a juventude aos 30 anos de idade. Eu faço essa relação. Eu deslumbrei, fiquei histrião, fiz um monte de bobagem”, confessa. Para Nando, muitas das decisões profissionais tomadas naquela quadra foram equivocadas. “Fomos gananciosos, preferimos o sucesso.”
A amizade com Marcelo Fromer, morto depois ser atropelado, em 2001, também foi um dos temas abordados neste incidente.
“A tragédia não terminou aí porque o Marcelo morreu em junho e a Cássia [Eller] morreu em dezembro do mesmo ano. No espaço de seis meses, eu perdi o meu melhor camarada e minha melhor amiga. Foi uma explosivo na minha vida. Eu posso expor que todas as decisões que eu tomei a partir daí, as mais drásticas, porquê a saída dos Titãs e também me separar, estão relacionadas a esses dois eventos”, contou ele no podcast, criado para comemorar seus 60 anos de vida, celebrados em janeiro.