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Mulher para na UTI ao usar Ozempic sem orientação médica – 19/05/2023 – Equilíbrio e Saúde

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Basta digitar “Ozempic” nas buscas de redes sociais para encontrar vídeos mostrando pessoas dizendo que emagreceram usando o medicamento e dando seus depoimentos sobre ele.

Foi buscando esse resultado que a publicitária Fernanda Guimarães Pimenta, de 29 anos, decidiu fazer o uso do medicamento sem orientação médica e acabou parando na UTI e quase teve uma insuficiência hepática – quando o fígado para de funcionar.

Posteriormente testemunhar a esses vídeos nas redes sociais, Fernanda decidiu usar o Ozempic, uma “canetinha” com uma agulha na ponta, sem comitiva médico em julho do ano pretérito. Ela também conhecia algumas amigas que faziam o uso do medicamento e estavam perdendo peso rapidamente.

“Comecei a ser impactada pelos vídeos, até brinco falando que fui influenciada pelo meu próprio trabalho já que sou publicitária. O algoritmo começou a me apresentar diversos vídeos falando sobre o uso do Ozempic e seus resultados positivos. Logo, eu coloquei na minha cabeça que se eu tomasse, iria dar super evidente também”, relata.

Na quadra, a publicitaria estava insatisfeita com o próprio corpo posteriormente engordar 10 quilos durante o período de pandemia e passar do manequim 40 para o 44. Trabalhando em home office, ela deixou de ir caminhando até o escritório em que trabalha, em São Caetano do Sul, aumentando o seu sedentarismo e contribuindo para o lucro de peso.

Em nota à BBC News Brasil, o laboratório Novo Nordisk, obreiro o Ozempic explicou que o medicamento é indicado para o tratamento de adultos com diabetes tipo 2 insuficientemente controlado, uma vez que adjuvante à dieta e tirocínio físicos.

O obreiro acrescenta ainda que o medicamento deve ser utilizado e comercializado somente sob récipe médica, contraindicado para grávidas, lactantes e pacientes alérgicos à semaglutida.

Sobre as complicações tidas por Fernanda, posteriormente o uso sem récipe do medicamento, o obreiro explicou que o medicamento não interfere na função do fígado.

“Ele pode ser usado em pacientes que possuem insuficiência hepática ligeiro e moderada. A experiência em pacientes com insuficiência hepática grave é pequena. Mas não ocorre o aumento das enzimas hepáticas relacionadas ao uso do medicamento. Porém, o aumento de enzimas pancreáticas pode ocorrer de maneira transitória e pacientes com histórico prévio de pancreatite devem utilizar o resultado com cautela”, disse em nota.

“Os distúrbios gastrointestinais, tal uma vez que náusea, foram os eventos adversos mais frequentemente relatados, sendo a maioria transitórios, de intensidade ligeiro e não levando a interrupção do tratamento. Esses eventos ocorreram em uma proporção semelhante em relação a outros análogos de GLP-1 já comercializados no Brasil. A interrupção prematura do tratamento devido a eventos adversos foram subalterno a 10% em todos os grupos estudados1-7. Cabe ressaltar que o tratamento deve sempre ser orientado pelas recomendações fornecidas pelo médico responsável e deve basear-se em uma avaliação individual das necessidades do paciente”, acrescentou.’

Ânsia e dor de cabeça’

“Eu insisti muito para que meu namorado comprasse o medicamento para mim. E uma vez que uma forma de tentar me aprazer, ele comprou em uma farmácia, sem receita ou qualquer tipo de restrição e pagou R$ 850. Não pensei em nenhum momento passar pelo médico, eu estava muito esperançosa que iria funcionar e eu emagreceria”, detalha a publicitária.

Logo posteriormente a obtenção do medicamento, Fernanda recorreu mais uma vez aos vídeos das redes sociais para aprender a infligir a medicação e decidiu que usaria o Ozempic uma vez por semana, aumentando a ração em cada emprego.

“Fiz a emprego da primeira injeção. Comecei a sentir muita ânsia e dor de cabeça, mas até aí estava dentro dos sintomas esperados pela medicação e são previstos na bula. Na semana seguinte, eu resolvi aumentar por conta própria a dosagem, passando de 0,25 mg para 0,5 mg, achando que potencializaria os resultados”, recorda a publicitária.

Posteriormente a segunda emprego, os sintomas ficaram mais intensos e a publicitária decidiu buscar ajuda médica indo ao pronto-socorro da cidade. Foram oito idas ao hospital para tratar os sintomas que não cessavam.

Com vergonha, a jovem não relatou aos médicos que estava usando o Ozempic sem comitiva profissional.

“Eu não parava de vomitar, sentia muita dor no estômago e passava o dia enjoada. Fui oito vezes ao pronto-socorro, para tomar medicação na veia e zero adiantava. Eu voltava para moradia e continuava vomitando”, recorda.

“Fiquei com vergonha de falar para o médico que eu estava usando por conta própria, logo falei que estava tomando Ozempic, mas que um médico tinha indicado”, acrescenta.

Posteriormente exames de sangue, os médicos constataram que a publicitária apresentava alterações no fígado e pediram que ela fosse internada. Devido à seriedade do quadro de saúde de Fernanda, ela foi encaminhada para a UTI para que os médicos pudessem monitorar de perto as enzimas do fígado, que segundo a publicitária, a quantidade estava mais de dez vezes supra do considerado normal.

“Falei que não queria permanecer na UTI e a médica foi muito sincera e disse ‘ou eu te interno para monitorar seu fígado, ou você pode ir para fileira do transplante’ porque caso as enzimas continuassem subindo meu órgão pararia de funcionar”, relata a publicitária.

Além do problema no fígado, a publicitária também foi diagnosticada com pedra na vesícula. Os especialistas não sabem se ela foi desencadeada pelo uso do Ozempic ou se a jovem já tinha o problema e só foi potencializado pelo medicamento.

Foram sete dias de internação na UTI, tomando medicações para dor e controlar o fígado. Com o tratamento, as enzinas do fígado de Fernanda reduziram, indicando a recuperação do órgão, descartando a premência de um transplante.

Recuperada, a publicitária passou a fazer musculação duas vezes por semana e já eliminou sete dos dez quilos que havia engordado durante a pandemia.

O que é o Ozempic e quando ele é indicado

Ozempic é o nome mercantil de um medicamento injetável chamado Semaglutida, indicado inicialmente para facilitar no tratamento do diabete tipo 2.

A Semaglutida ajuda a controlar o açúcar no sangue, aumentando a produção de insulina e reduzindo a produção de glicose pelo fígado. Porquê é um medicamento, a ração e forma de usar devem ser orientadas por um médico.

“Ela ajuda a controlar o açúcar no sangue, reduz o gosto e retarda o esvaziamento gástrico, o que significa que os vitualhas permanecem no estômago por mais tempo, proporcionando uma sensação de saciedade. Outrossim, ela pode reduzir a gordura corporal. Em estudos clínicos, a Semaglutida demonstrou melhorar a sensibilidade à insulina e aumentar a queima de gordura, o que pode ajudar na perda de peso. Isso também é uma vantagem na redução da gordura no fígado, beneficiando portadores de esteatose hepática com dificuldade ou má resposta a mudança de hábitos com dieta e exercícios”, explica Carla Adriana Loureiro de Matos, hepatologista do núcleo de medicina avançada do Hospital Sírio Libanês.

Apesar disso, dissemelhante do que acontece na Europa e EUA, a Semaglutida ainda não está liberada pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para uso unicamente contra a obesidade no Brasil.

“Sua utilização é recomendada para adultos, portadores de diabete tipo 2, uma vez que facilitar no tratamento, em conjunto com dieta e exercícios. Pode ser utilizado uma vez que única medicação, mas também pode ser utilizado em associação com outros medicamentos, se necessário. O Ozempic ainda não é liberado para uso em crianças e adolescentes menores de 18 anos e não deve ser utilizado em grávidas devido à falta de estudos com esse público”, acrescenta Matos.

Assim uma vez que todo medicamento, seu uso indiscriminado pode ter consequências graves, uma vez que:

  • Potencialização das complicações oculares do diabético;
  • Desidratação grave com insuficiência renal;
  • Pancreatite aguda grave.

“Pacientes que estão usando o Ozempic se precisarem passar por um procedimento cirúrgico, por exemplo, precisam suspender o uso vários dias antes ou logo o jejum que para cirurgia seria de 8 horas, tem que ser de 48 horas, porque os pacientes podem aspirar o teor gástrico na hora da intubação”, explica Rodrigo Surjan, médico-cirurgião do Hospital Nove de Julho.

Por que ele desculpa um emagrecimento tão rápido?

Um dos “efeitos colaterais” da Semaglutida é a perda de peso rápido. Isso acontece porque a Semaglutida, que é um agonista (que simula a ação) de um hormônio chamado GLP-1, produzido pelo tripa e, além de contribuir para o controle da glicemia, também atua no hipotálamo, diminuindo a vontade de manducar. E, uma vez que já demonstrado em alguns estudos, também melhora a penúria emocional, que é aquele manducar por impaciência.

“Foram feitos estudos visando o tratamento da obesidade com o Ozempic e observou-se que doses maiores teriam um efeito melhor na perda de peso. Com esse estudo, foi confirmado no Brasil um medicamento com o nome mercantil de Wegovy, que ainda não está comercializado nas farmácias, mas que em breve chegará. Ele apresenta uma ração maior da Semaglutida do que se tem no Ozempic, sendo mais eficiente no tratamento da obesidade”, explica Fábio Trujilho, diretor do Departamento de Obesidade da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM).

O Wegovy, o medicamento específico contra a obesidade, também tem uma vez que seu princípio ativo a Semaglutida. Ele já foi confirmado pela Anvisa e traz 2,4 mg (o Ozempic tem 1mg).

“Esse medicamento pode resultar em perdas médias de 17% do peso corporal e pode ser usada com segurança em pessoas com ou sem diabete. Entretanto, sempre com comitiva médico que vai fazer a dosagem correta, uma vez que o aumento lento e gradual da ração reduz, e muito, a chance de efeitos colaterais”, diz Bruno Geloneze, pesquisador da Unicamp e membro do departamento científico da Abeso (Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica).

No entanto, a aprovação não quer proferir que ele pode ser usado de forma indiscriminada e por qualquer pessoal que deseja emagrecer.

Um dos critérios para indicação de medicamentos no tratamento da obesidade é o Índice de Tamanho Corpórea (IMC) maior do que 30 (IMC < 30 = obesidade de intensidade 1), ou em pessoas que tem IMC maior ou igual a 27 e que tenham outras comorbidades associadas à obesidade e a perda de peso possa contribuir para a melhora universal.

Para calcular o IMC basta dividir o peso de uma pessoa pela profundeza dela elevada ao quadrângulo. O número obtido a partir dessa operação matemática se encaixa em uma das categorias a seguir:

  • Menor que 18,5 – aquém do peso normal
  • Entre 18,5 e 24,9 – peso normal
  • Entre 25 e 29,9 – sobrepeso
  • Entre 30 e 34,9 – obesidade intensidade 1
  • Entre 35 e 39,9 – obesidade intensidade 2
  • Supra de 40 – obesidade intensidade 3

“Acontece que vemos muita gente recorrendo à automedicação sem seguir esses critérios. Às vezes pessoas com o peso normal, que querem perder 2 ou 3 kg e acabam fazendo o uso inadequado do remédio, já que ele não tem essa indicação”, diz o diretor da SBEM.

Esse texto foi publicado originalmente aqui.

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