O ministro do Turismo, Celso Sabino, chamou atenção e causou desconforto entre servidores do governo federalista e jornalistas na manhã desta quinta-feira (14) por seu comportamento durante uma entrevista coletiva.
A Embratur (Filial Brasileira de Promoção Internacional do Turismo), que é presidida por Marcelo Freixo e está vinculada à pasta de Sabino, convocou a prensa para participar do lançamento do Quadro de Dados do Turismo.
Sabino e Freixo eram os dois principais oradores da apresentação. O ministro, no entanto, chegou retardado ao encontro virtual e deu início à sua participação ainda dentro de um sege. Em vez de traje formal, Sabino vestia uma camiseta.
Ao dar início à sua fala, o ministro optou por abordar temas para além do que havia sido proposto pela entrevista coletiva.
Ele refutou, por exemplo, a associação de seu nome ao centrão, dizendo que o objetivo maior da participação de seu grupo político no governo é contribuir “para a minimização dos extremos ideológicos”.
A câmera de seu celular seguiu ligada enquanto ele caminhava até a sede do ministério, em Brasília. Já em seu gabinete, o ministro fez uso de um cigarro eletrônico, também conhecido como vape, e conversou com outras pessoas que estavam ao seu volta. As interrupções chegaram a atrapalhar a formulação de perguntas por jornalistas.
Até mesmo o detalhamento do Quadro de Dados do Turismo, a missão de Freixo, acabou comprometido diante das distrações geradas pelo ministro.
A instrumento foi desenvolvida pela Embratur em parceria com o Ministério do Turismo e a Polícia Federal para congregar informações sobre a entrada de turistas estrangeiros no país e a movimentação financeira feita por eles. A teoria é dar mais transparência aos dados, que poderão ser usados por gestores públicos, sociedade social e jornalistas.
Deputado federalista eleito pelo Pará e filiado ao União Brasil, Sabino tomou posse em julho deste ano, substituindo a ex-ministra do Turismo Daniela Carneiro.
A escolha fez segmento da estratégia do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para melhorar sua relação com a União Brasil e prometer os votos do partido na Câmara dos Deputados.
O ministro foi um dos entusiastas da campanha de Arthur Lira (PP-AL) à presidência da Câmara, em 2021, tendo forçado seu próprio partido à estação, o PSDB, que embarcou na candidatura de Baleia Rossi (MDB).
Desde portanto, ganhou papéis de projeção pelas mãos de Lira, uma vez que a relatoria da reforma das regras do Imposto de Renda, em 2021, e a presidência da Percentagem Mista de Orçamento do Congresso, em 2022.
Neste último posto, foi um dos principais auxiliares de Lira na gerência e distribuição das chamadas emendas de relator, principal instrumento usado pelo presidente da Câmara para testificar espeque ao seu entorno e ao portanto governo Jair Bolsonaro (PL).
com BIANKA VIEIRA, KARINA MATIAS e MANOELLA SMITH
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