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“Meu pai conta que eu vendia até urubu voando”, revela Sarah Pires | ASN Nacional

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“Existem dois tipos de empreendedor: aquele que nasce e aquele que se desenvolve. Eu já nasci empreendedora, a vida inteira eu vendi e comprei coisas”, conta Sarah Pires, que cresceu numa rancho em Juarina, no interno do Tocantins. Na pequena cidade de 1.200 habitantes, a juvenil fazia crochê, revendia cosméticos e tudo que podia. “Eu tirava cocô de penosa do poleiro todos os dias e pensei: tenho que fazer um pouco, não lucro zero com isso. Foi portanto que passei a vender para os vizinhos uma vez que tempero para vegetação.”

Essa foi umas das inovações da moça Sarah, tal qual exemplo veio de dentro de moradia. “Meu incentivo foram meus pais, que são agricultores familiares e donos de uma pequena oficina de moto. Meu pai fala que eu vendia até urubu voando”, conta a jovem. O insight para empreender formalmente começou quando Sarah estava na faculdade, aos 20 anos. À estação, ela trabalhava uma vez que secretária executiva e ganhava R$ 1.200. Logo que entrou no mercado do Jornalismo, ficou inconformada ao se deparar com o salário médio de um profissional do ramo. “Meu raciocínio era: não vou passar quatro anos na faculdade para receber o mesmo. Está incorrecto, não aceito isso para minha vida”, relembra.

A partir daí, em paralelo ao estágio, começou a planejar o caminho para empreender. “Pensei logo em um negócio voltado para as redes sociais porque estava em subida e eu queria um pouco dissemelhante.” Foi portanto que, ao invés de monografia, optou por um projeto para concluir a graduação na Universidade Federalista do Tocantins. Depois de um ano e meio de pesquisa, fechou parceria com um estabelecimento em Palmas (TO) e propôs, de forma remunerada, uma assessoria em mídias sociais, até portanto um pouco inovador no mercado.

Desde que iniciou o projeto da faculdade, passou a produzir sua atual empresa, chamada Kiw Assessoria de Informação. Posteriormente ser aprovada com nota máxima na Universidade, Sarah apresentou artigos em congressos pelo Brasil e, posteriormente, transformou o projeto no capítulo de um livro que já foi, inclusive, publicado. Em paralelo à atuação uma vez que jornalista em emissoras do estado, Sarah seguia captando clientes para seu negócio. Para se formalizar uma vez que MEI, ela recebeu suporte do Sebrae: “Procurei o Sebrae para me estruturar e me capacitar”. Recentemente a empresa de Sarah completou seis anos no mercado e coleciona clientes de renome, uma vez que Sabin, Secoop e Energisa.

O produtor conectado

Sarah costuma expressar que todo negócio nasce da dor de alguém. Um dia, enquanto fazia o trecho São Paulo x Palmas, Sarah questionou o passageiro ao lado sobre que motivava a ida dele ao seu estado natal. Ao ouvir que aquele senhor estava à procura de informações sobre o agronegócio tocantinense, o instinto de Sarah a alertou: “Cresci em rancho, meus pais são produtores rurais, eu sabor disso e sou jornalista”.

A partir daí, Sarah mergulhou no universo do agronegócio. Participou de inúmeras consultorias do Sebrae, que ofereceu a ela a oportunidade de participar do Empretec, programa de formação de empreendedores criado pela Organização das Nações Unidas (ONU), promovido em 40 países e individual do Sebrae no Brasil.

Foi no Empretec que nasceu o Tocantins Rústico. Foi uma felicidade porque o networking lá dentro é muito importante. Todo o nome que o site tem se deve ao que recebi do Sebrae.

Desde 2019, o portal Tocantins Rústico está no ar por meio das plataformas Youtube, Facebook, Instagram e até TikTok. O site ganhou, inclusive, um programa de TV que vai ao ar no SBT de segunda a sexta-feira. Nesse caminho, Sarah confessa ter enfrentado dificuldades para mourejar com questões administrativas, sobretudo com gestão de pessoas, de recursos e de crise. Mas ela aprendeu no Empretec que precisava trespassar do operacional e partir para o estratégico: “A chave virou e eu deixei de tolerar tanto quanto antes”.

Apesar do retorno financeiro da Kiw e do Tocantins Rústico ter demorado de dois a três anos, Sarah explica que não visa à quantidade, mas sim à qualidade dos clientes.

Quem empreende tem que ter resiliência e saber que leva um tempo até o negócio maturar. Eu não busco 30, 40 nem 100 clientes. Busco qualidade dos serviços, por isso que não concorro por preço, mas sim pelo valor que entrego e que é o diferencial. O Sebrae me ajudou 100% no que eu sou hoje, sempre caminhamos juntos.

Cada temporada carrega uma prelecção

Sarah é um exemplo de superação quando se trata de conciliar o profissional e o pessoal. Ela foi mãe solo em 2020, durante a pandemia, período difícil para os empreendedores. Durante a prenhez, teve descolamento da placenta e Covid-19, o que levou a filha, Isis, a nascer prematura, pesando unicamente 1,7 kg. No período em que precisou permanecer internada, Sarah não podia ter acompanhantes no hospital e, para os negócios não pararem, geria a empresa de lá mesmo, com seu notebook.

Posteriormente receber subida e passar um período com os pais em Goiás, as coisas melhoraram de forma gradual, mas Sarah continuava passando as noites em simples. “Quantas e quantas vezes escrevi e editei textos, até atendi clientes, enquanto a Isis mamava. Eu resolvia tudo de madrugada porque ela não dormia”, relembra. Quando foi investigar a falta de sono da filha, veio o diagnóstico de autismo. “Até deslindar o que era, passei muito tempo sem dormir. Ali cogitei largar tudo, mas o tratamento me fez persistir”, relembra.

Atualmente, a prioridade de Sarah é maternar a pequena Isis, de 3 aninhos, e entra na rotina para trabalhar presencialmente do escritório um período por dia, quando ela aproveita para fazer reuniões, buscar tendências e se capacitar para levar inovação para seus negócios e os clientes. De olho no horizonte, a tocantinense pretende trabalhar menos e lucrar mais. “Esse é o projecto de todo mundo, mas eu pretendo destinar mais e mais tempo à minha filha e acompanhá-la nas terapias”, planeja.

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