São Paulo
O ator Marco Nanini, 75, e o produtor Fernando Libonati estão juntos há 36 anos. Em entrevista ao Conversa com Bial (Globo) desta quinta (6), Nanini deu detalhes sobre a dinâmica do relacionamento: disse que os dois têm outros companheiros, que isso nunca foi um problema e que é um conúbio feliz. “Nós temos uma união inabalável. Somos grandes amigos”, conta.
Nanini explica que ele e Libonati moram em casas vizinhas e há uma passagem entre os muros para que eles e os cachorros possam passar de uma vivenda para a outra. “Ele tem as companheiras dele, eu tenho as minhas. Nunca isso foi problema, nem quando a gente começou, nem quando começou a labareda do início. A gente tinha essa cláusula.”
O apresentador Pedro Bial, portanto, tenta tirar os rótulos sobre a relação. “Podemos pular a vocábulo conúbio e proferir que é feliz, é uma história feliz”, diz Bial. “É, foi feliz, está sendo até hoje”, responde Nanini. “Ele é muito carinhoso comigo, muito atencioso. Isso, para mim, é muito importante, porque isso me dá um queimada, uma vitalidade, uma urgência de trabalhar.”
Na entrevista, o ator fala também sobre alguns dos temas abordados em sua biografia “O Avesso do Bordado”, escrita pela jornalista Mariana Filgueiras. Entre eles, vícios que teve ao longo da vida.
Ele conta para Bial a experiência de tomar um comprimido alucinógeno junto ao ator Milton Carneiro. “Era o Mandrix [comprimido]. Era uma febre na quadra e eu não sabia disso. Eu nem sabia que ele fazia isso”, diz. “Eu ia enfrentar dez horas de viagem, os ônibus não tinham conforto nenhum, aí fui na farmácia e pedi ao farmacêutico um remédio para dormir”, explica o ator. “Eu tomei o Mandrix e depois começou a fazer efeito, eu entrando no ônibus. Comecei a rir de todo mundo, sabe? Comecei a ter uma coisa estranha, mas era uma sensação boa. Era uma droga, né?”
Nanini diz que os vícios duraram poucos anos, inclusive o cigarro e a bebida. “O mais difícil foi o cigarro. Eu tive que suar. Tomei remédio, com médico. Mas a bebida, eu parei porque quis.”
O encontro com o músico Renato Russo fez secção da luta contra o álcool. “Foi uma surpresa tão aprazível”, relata Nanini. “Eu não sabia quem era Renato Russo, eu não sabia qual era a margem dele.” Segundo o ator, em seguida conhecê-lo, os dois se deram muito e começaram a se encontrar frequentemente. “Um dia, eu estava bebendo com ele, já na quarta caipirinha, e falei ‘não estou mais aguentando isso'”.
Nanini relata que Russo perguntou se ele gostaria de parar de tomar e, ao ouvir uma resposta positiva, se prontificou a dar todos os livros dos Alcoólicos Anônimos para ajudar o ator. “Eu abri o primeiro livro e parei de tomar”, diz a Bial.
E o que mudou com a idade? Nanini conta que os hábitos foram a principal mudança em sua vida recente: virou vegetariano, cortou cigarro e bebida, e faz exercícios físicos, fisioterapia e pilates, diariamente.