São Paulo
Sejam quantos forem os projetos em curso, Manuela Dias não abre mão de dar voz e protagonismo às mulheres -fortes, decididas, amorosas, mas que também sofrem. Mulheres de verdade. É sua marca. Nesta quinta-feira (1), a autora de “Amor de Mãe” se apropria de uma delas, Dona Lurdes (vivida por Regina Casé na romance), para lançar um spin-off em livro.
Ela também segue na expectativa para o lançamento de “Justiça 2“, série dramática que ganhará novidade período em outubro, e ainda prepara um novo folhetim. Tudo isso, ao mesmo tempo, e com a mulherada na risco de frente. Em entrevista ao F5, Manuela garante que “não só tem vontade de fazer romance, porquê está fazendo uma”. “Estou escrevendo a próxima do Globoplay”, anuncia, fazendo um manifesto suspense sobre a trama. “Ainda é top secret”, diz.
Se o tópico que norteia seu trabalho é a força feminina, não há porquê Manuela não estar baqueada com duas perdas recentes: as mortes de Rita Lee e Tina Turner, que a autora considera dois ícones de vida. “Rita Lee foi uma inspiração desde os meus sete anos de idade e a Tina Turner chegou na minha juventude trazendo muitas questões. Acredito que algumas pessoas superam a dialética entre a vida e a morte se tornando imortais. É o caso delas.”
Sem querer reportar outros exemplos de mulheres que a inspiram, a escritora faz questão de enaltecer também a figura da mãe brasileira, porquê fez com Lurdes em seu folhetim. A capacidade dela de seguir em frente, de dar sentido, de amar e de dar o que não tem são alguns dos pontos que ela destaca. “Essa resiliência da mãe brasileira é muito impactante. Mulheres que estão criando não só seus filhos, mas um povo inteiro, fazendo isso sem o suporte do Estado e muitas vezes sem o suporte dos pais das crianças”.
Já sobre “Justiça 2”, Manuela prefere fazer drama. Os primeiros materiais oficiais antecipam somente que Kellen (Leandra Leal) retornará a trama porquê a administradora de um prostíbulo -desta vez ao lado de seu novo marido, Darlan (Fábio Lago), possuinte de uma cachorrinha influencer, Bete.
O mais difícil no processo de geração é entrelaçar as histórias, segundo a teledramaturga. A lanço foi ainda mais complexa devido às movimentações internas da Mundo: mesmo com mais episódios em relação à primeira período, ela teve que trabalhar com a equipe “muito reduzida na primeira metade do processo” e depois finalizou o texto sozinha. “Isso acabou tornando todo processo ainda mais artesanal, mesmo dentro de uma indústria porquê a produção para televisão. Isso é superinteressante e cria uma tensão de forças dentro do processo criativo”, analisa.
NINHO VAZIO
Em meio aos diferentes projetos, Manuela também irá matar as saudades do público da personagem vivida por Regina Casé em “Paixão de Mãe” com o lançamento do livro “Quotidiano da Dona Lurdes” (Editora Melhoramentos, 120 páginas), nesta quinta, na Livraria da Vila, em São Paulo (SP). Na obra, ambientada um ano em seguida os desdobramentos finais da romance exibida pela Mundo, a mãe de Domenico (Chay Suede) lida com a síndrome do ninho vazio.
Logo em seguida a família ter ficado completa no final da trama, cada um foi para um lado -o que deixou Lurdes incomodada. Em seguida testemunhar à dica de um psicólogo no programa de Ana Maria Braga, ela decide fazer um quotidiano em que confidencia sentimentos, a rotina da morada e os pensamentos de porquê será sua vida dali em diante.
A obra, que foi construída sem nenhum contato com Regina (que unicamente soube do projeto quando foi convidada para fazer o prefácio), faz uma grande homenagem. “Acho que a Dona Lurdes fica maior do que a romance. Tudo convergiu. A explosão que é Regina Casé, a direção do Zé Luiz [José Luiz Villamarim], meu texto, e a verdade, porque Dona Lurdes dialoga com a força da mãe brasileira, é uma ode à mãe brasileira.”
