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Luísa Sonza não é Rita Lee, Marina Sena não é Gal Costa – 30/07/2024 – Rosana Hermann

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Toda vez que um jovem jogador de futebol desponta porquê craque, aparece alguém pra expressar que surgiu “o novo Pelé“. Neymar já recebeu essa cognome no início de curso e, mais recentemente, Endrick foi chamado assim também. É compreensível que, eventualmente, as pessoas comparem atletas, artistas e até prêmios com as maiores referências, basta lembrar que toda vez que tem um prêmio importante vem alguém pra expressar que é o Oscar de tal espaço.

Hebe Camargo, por exemplo, sempre foi tida porquê a maior apresentadora do Brasil. Espontânea, divertida, humana, querida por todos. Faz sentido que jovens apresentadoras a tenham porquê ídolo, mas basta uma mulher fazer entrevistas em um sofá que lá vem: “fulana, a novidade Hebe Camargo”. Já disseram isso de Virginia Fonseca e até da ex-BBB Beatriz Reis.

Na espaço da música, a vaga é invocar Marina Sena de “a novidade Gal Costa” e Luísa Sonza de “a novidade Rita Lee“. Eu acho que isso não enaltece nenhuma das envolvidas, nem as artistas originais, nem as de agora. Para as divas que se foram, qualquer conferência extremo o desrespeito. Para as jovens artistas, vira um compromisso inatingível, um fardo.

Gal foi uma das maiores cantoras do nosso país. Foi e sempre será, uma voz única, incomparável. Marina Sena pode homenageá-la, reverenciá-la, interpretar as mesmas canções. Mas ninguém poderá substituí-la. Nem acredito que Marina queira isso para sua curso.

Não tem “a novidade Gal”, assim porquê não existe “a novidade Elis Regina“. E, certamente, não existe uma “novidade Rita Lee”, definição que alguns tentam imputar à Luísa Sonza, mormente agora, por razão de uma peça publicitária que envolve Luísa, Rita e o Rock in Rio, que virou polêmica no Twitter (não chamo de X). Uma pequena criticou a peça dizendo que Rita nunca apoiaria Luísa.

Esse post foi republicado com mais uma sátira, defendendo que Rita, a Rainha do Rock, não poderia ser comparada a Luísa, que nunca fez nada de visionário. Até que uma terceira pessoa esclareceu que Rita Lee gostava de Luísa, já que falou dela em sua autobiografia e que, se o mercantil foi veiculado, é porque a família deve ter autorizado.

Sim, Rita gostava de Luísa. As duas eram amigas. E, certamente, o mercantil foi autorizado pela família de Rita Lee. A conferência entre as duas é que não faz sentido.

Artistas são únicos. Pessoas são únicas. Mas, mais que isso, cada pessoa tem uma história, vive numa determinada estação, dentro de um contexto histórico. Não tem porquê confrontar.

Não importa se gostamos ou não de uma artista. Isso é questão de opinião. O indumento é que Luísa Sonza não é Rita Lee. Marisa Sena não é Gal Costa. E nunca haverá outro Pelé.

Rosana Hermann é jornalista, roteirista de TV desde 1983 e produtora de teor.

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