São Paulo
“Eu me acho tão frágil, a pessoa que menos aguenta as coisas porque tudo me dói muito”, diz Luísa Sonza em um trecho da série documental “Se Eu Fosse Luísa Sonza”, que estreia na Netflix na quarta-feira (13). A produção se propõe a escoltar o processo criativo por trás do álbum “Escândalo Íntimo”, que a cantora lançou em agosto deste ano.
Depois de Anitta, ela é a segunda artista pop brasileira que se propõe a mostrar para as câmeras um lado menos divulgado do público em uma série da gigante do streaming. Ao todo, são três episódios com tapume de 30 minutos cada, aos quais o F5 teve chegada antecipado.
A obra foca uma Luísa incessantemente exposta e criticada nas redes sociais, não sendo raras as vezes em que ela aparece emocionada ou chorando por culpa disso. “A música é um caminho para eu manter ser fraca do jeito que eu sou porque, quando deposito na música, o sofrimento não é em vão, vira uma letra”, explica.
“Imagina se a coisa que você mais nutriz fazer na vida passasse a ser a que você mais odeia e a que te suga mais, te deixa mais cansada, exausta, mal, depressiva”, prossegue. “A vida vira de cabeça para ordinário.”
Nessa seara, um dos momentos citados pela cantora foi o término de seu consórcio com o humorista Whindersson Nunes, seguido por uma série de ataques nas redes sociais. Em uma das cenas mostradas, ela se revolta com o troféu de “separação que mais causou em 2020” do Prêmio F5, realizado pela Folha entre 2014 e 2021.
“Eu guardo exposta essa merda para mostrar a porra do contra-senso que é essa filhadaputagem do moca”, reclama. “Vocês são uns merdas, porra, vocês são uns merdas. Isso que vocês são. Olha o tipo de coisa que a gente recebe. Tipo assim, vocês foderam a cabeça de todo mundo. O Brasil ficou me ameaçando de morte e eu fui embora para a porra do México, idiotas.”
Outros assuntos que levaram a cantora às páginas de sites de notícias são abordados só en passant, porquê o término com Chico Veiga, namorado que inspirou a música “Chico” e que ela acusou de traição durante um moca com Ana Maria Braga no programa Mais Você (Orbe).
O mesmo ocorre com a acusação de racismo que pesa contra a cantora. No término do capítulo dois, ela define porquê “infeliz” o incidente em que pediu chuva a uma mulher negra em Fernando de Noronha, em 2018, e diz que não sabia se iria falar sobre o tópico. Spoiler: ela não fala mais zero.
Para o testemunho no documentário, Luísa não falou diretamente para as câmeras, mas gravou um vídeo no celular (editado com vários cortes).
Em outro momento, a cantora se prepara para mais uma apresentação e, quando está no avião, toma algumas gotas do ansiolítico Rivotril. “Depende”, responde quando questionada qual seria a dosagem. E mais não é explicado ao testemunha.
Ao final dos três episódios, a sensação é de superficialidade. Se há um acerto, é o de mostrar que o sucesso está pleno de efeitos colaterais. Zelo com o que você deseja!