Se o cinema brasílico tem hoje a variação porquê uma de suas marcas, isso se deve ao pioneirismo de um par: Luiz Carlos e Lucy Barreto estavam juntos há dez anos quando, em 1963, deixaram suas carreiras no jornalismo e na música em prol de um sonho: fazer cinema. Criaram a LC Barreto, que possibilitou que grandes obras-primas chegassem às telas, de títulos do Cinema Novo a produções recentes. A paixão pela sétima arte foi passada aos filhos. Paula herdou o talento para a produção; Bruno e Fábio (1957-2019) seguiram os mestres com os quais conviveram e tornaram-se cineastas de prestígio internacional.
A LC enfrentou duas décadas de ditadura, diferentes planos econômicos e, mais recentemente, uma pandemia. Passou por tudo incólume e chega aos 60 anos com excelentes serviços prestados à Cultura. O ano parece propício às efemérides, e o par completará 70 anos de parceria. “Não somos zero parecidos (…). Temos esse sonho geral: o cinema”, opina Lucy nesta entrevista, por telefone, ao New Mag. Esse sonho levou milhares de brasileiros à sala escura. E a sonharem com um país melhor. E, porquê no poema, “se assim sonharam, assim o fizeram”. Que venham novos sonhos!