Início Turismo Joanesburgo: dicas, atrações e o que visitar – 29/11/2023 – Turismo

Joanesburgo: dicas, atrações e o que visitar – 29/11/2023 – Turismo

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Há uma rua em Joanesburgo que ostenta um título talvez único no mundo. É improvável que alguma outra tenha sido morada de dois vencedores do Nobel da Silêncio. No caso da Vilakazi Street, falamos do líder político Nelson Mandela, que morou ali numa casinha de dois cômodos, e de Desmond Tutu, clérigo e ativista que viveu a algumas quadras de intervalo.

Não para por aí. Foi nessa mesma rua que houve, em 1976, o Levante do Soweto, quando milhares de secundaristas negros se insurgiram contra o apartheid num ato que terminou com centenas de estudantes mortos pela violência policial. O evento ajudou a atrair atenção internacional para as leis segregacionistas da África do Sul, que concediam direitos exclusivamente a brancos, e ajudou a implodir o regime, que por termo caiu em 1994.

Isso ajuda a explicar por que Joanesburgo vale ser incluída em um roteiro de viagem pela África do Sul. Por muito tempo, a grande metrópole do país funcionou exclusivamente uma vez que porto de chegada no continente ou ponto de partida para os safáris —os melhores do país estão mais próximos dali do que da Cidade do Cabo. A renome de violenta, dispersa e pouco sedutor também afugentava turistas.

Mas é indumento que não dá para reprofundar na história da África do Sul sem passar um tempo em sua principal cidade.

Tudo começa em fins do século 19, quando da invenção de uma gigantesca mina de ouro na região. O minério trouxe um afluxo de gente vinda dos povos colonizadores (britânicos, que dominavam o país, e descendentes dos holandeses, que foram os primeiros brancos a se afixar por ali), além de asiáticos

e, é simples, dos nativos negros vindos do interno, usados uma vez que a principal mão de obra.

A babilônia de povos —até o indiano Mahatma Gandhi morou ali por um tempo— não foi muito vista pelo poder sítio, que logo tratou de estipular áreas delimitadas em que cada etnia poderia viver, num embrião do que viria a se institucionalizar sob a forma do apartheid, nos anos 1940.

Brancos tinham plena liberdade de locomoção; os negros ficaram restritos a uma dimensão no sudoeste da cidade, que mais tarde seria conhecida uma vez que Soweto (acrônimo para “southwest township”).

É o Soweto que guarda as chaves para explicar a trajetória social e política da África do Sul. É recomendável contratar o serviço de qualquer tour guiado, uma vez que aquele oferecido pela empresa Curiocity, para saber esse superbairro habitado por mais de 1,2 milhão de pessoas, vivendo em condições das mais diversas.

Por muro de R$ 287 dá para ir até lá em grupo, com segurança, entrar na moradia de Mandela e no Museu do Apartheid e almoçar iguarias locais, com tudo incluso no preço do tíquete.

Kliptown, por exemplo, é de suas porções mais miseráveis. Um passeio vai mostrar a permanência das distorções sociais no país, não muito dissemelhante da verdade das mais pobres favelas brasileiras.

Ali, onde mais de 70% da população está desempregada, vivem milhares em moradias improvisadas, com paredes de metal que fervem no verão e congelam no inverno. Não há coleta de lixo nem chuva encanada —as pessoas se suprem em poucas torneiras próximas a sobras de comida espalhados na ruas de barro. Robustez elétrica só à base de gatos.

Um projeto social sítio, o Little Rose Centre, vive de doações para manter uma escolinha para as crianças

e um punhado de computadores para os adolescentes.

Ainda no Soweto, a região de Orlando West é onde fica a rua Vilakazi. Um memorial foi levantado em homenagem a Hector Pieterson, menino de 12 anos que foi uma das crianças assassinadas pela polícia do apartheid durante o protesto dos estudantes. Uma famosa foto em que ele aparece onusto depois de ter sido alvejado correu o mundo e levou diversos países a impor embargos à África do Sul.

A três quadras dali fica a moradia de Mandela, hoje transformada em museu. Nas décadas em que o líder político esteve recluso por seu ativismo contra o regime, sua família vivia sob regular vigilância da polícia branca. A frontaria defende buracos de balas desferidas para intimidar Winnie Mandela e as filhas do parelha.

Já a moradia que foi morada de Desmond Tutu, clérigo que foi uma espécie de base místico da população negra nos anos de segregação, não está oportunidade a visitas, mas pode ser contemplada do lado de fora.

O Museu do Apartheid, inaugurado em 2001, fica no caminho entre o Soweto e a região medial de Joanesburgo.

Reúne uma coleção impressionante de documentos, fotos e vídeos, além da reprodução de celas de prisão e de veículos blindados que foram empregados pelo governo sul-africano para manter negros alijados do poder. Também mostra a longa luta por direitos civis liderada por nomes uma vez que Mandela, Tutu e a cantora Miriam Makeba.

Logo na ingressão, duas portas com avisos distintos (uma para brancos e outra para não brancos) permitem ao visitante testar a diferença de direitos e padrões de vida que estavam destinados às duas porções da população.

Maboneng é o bairro do momento. Seu nome, que em sotho significa “lugar da luz”, faz referência à vigor elétrica que tanto chamava a atenção dos povos vindos das vilas remotas para trabalhar nas minas.

Nos anos pós-apartheid, quando brancos abandonaram a região medial da cidade e construíram bolhas mais ao setentrião da cidade, a dimensão passou a ser ocupada por artistas negros, num vasqueiro caso em que revitalização não significou gentrificação. O lugar oferece uma modelo da produção contemporânea, com galerias, restaurantes e lojas vendendo roupas criadas por gente sítio.

O meio em si de Joanesburgo, não muito longe dali, é alguma coisa desolado. Por muito tempo, seus arranha-céus em art déco eram uma mostra de poder da escol no país, que tentava ali produzir uma Manhattan africana. Com a chamada “white flight”, o êxodo branco que foi consequência da democratização do país, o lugar foi menosprezado e pode ser perigoso, sobretudo à noite, quando fica ainda mais vazio. Passeios com guias locais, portanto, são indispensáveis.

Ao setentrião, Sandton é um dos bairros mais ricos da cidade e região que concentra os principais hotéis. Numa confrontação sítio, seria alguma coisa uma vez que o encontro entre a Faria Lima e a Berrini, com altíssimos prédios espelhados, restaurantes, lojas de grife e a bolsa de valores de Joanesburgo.

O coração do bairro é a Mandela Square, rossio rodeada por um shopping center refinado, muito próximo dos cinco estrelas da região, uma vez que o Hotel DaVinci, que tem aproximação direto ao meio mercantil e à vari-

edade de opções culinárias.

A maior novidade do entorno é o luxuoso The Leonardo, prédio de 55 andares (o maior de toda a África subsaariana), que mistura unidades residenciais e de hotelaria —suas suítes presidenciais,

com vista de quase 180º para a cidade, costumam ser ocupadas por chefes de Estado.

No topo dele fica um bar a firmamento descerrado que se anuncia uma vez que o mais basta de todo o continente. Ali em cima, uma vending machine uma vez que aquelas que vendem refrigerantes é toda equipada com minigarrafas de espumantes Moët & Chandon, luxo que não se encontra nem no Brasil —para atestar uma vez que Joanesburgo é mesmo assentada em contrastes.

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