Inconformado pela falta de oportunidade de propagação profissional e pelo preconceito no mercado de trabalho devido à quesito de surdo, Breno Oliveira decidiu empreender. O projecto inicial, de terebrar um bike food de açaí e paletas, transformou-se em uma gelateria artesanal em Aracaju (SE). Sete anos mais tarde, a aposta de Breno em gerar um negócio saboroso, inclusivo e alcançável mostra-se mais do que lucrativa. A Il Sordo (O Surdo, em italiano) possui duas lojas próprias, duas lojas franqueadas e fatura R$ 1,6 milhão por ano. O reconhecimento vai além: a empresa foi indicada ao Prêmio Veja, participou do Shark Tank e é certificada por sua vantagem pela TripAdvisor, com nota máxima.
“Não aceitei ser porquê outras pessoas com deficiência auditiva que trabalham anos sem serem promovidos. Fui minimizado em entrevistas de serviço, muitos recrutadores não acreditavam na minha capacidade, não aceitavam a surdez”, lembra o empresário, que até logo atuava porquê instrutor de Libras. Com o escora da família e orientado pelo Sebrae, Oliveira mergulhou no universo do empreendedorismo e se matriculou em um curso de produção de sorvete italiano numa escola em São Paulo. Ele se apaixonou de subitâneo e, depois estudos de dispêndio e investimento, conseguiu terebrar o negócio em Aracaju.
Desde seu primeiro gelato, a marca registrada da Il Sordo foi o envolvente inclusivo com atendimento feito por surdos, experiência da cultura desse grupo e produtos acessíveis a todos os tipos de pessoas. Cardápios adaptados e placas informativas dos produtos com cimalha contraste para pessoas com baixa visão facilitam os pedidos e a identificação dos sabores. No televisor, vídeos ensinam sinais básicos de libras para pedir exemplar de sorvete ou agradecer o serviço, por exemplo.
“Quem vem pela primeira vez não sabe muito porquê interagir. É o mesmo impacto que sentimos lá fora, mas cá abrimos as portas para a multiplicidade. Os clientes são acolhidos, perdem a instabilidade e passam a se expedir melhor com os surdos”, afirma Oliveira, orgulhoso. As dependências da Il Sordo também atendem outros requisitos, porquê rampa de entrada e adaptações para cadeirantes.
Acessibilidade também no cardápio
A Il Sordo comercializa produtos para pessoas com intolerância a glúten, lactose ou açúcar, e para veganos. Todos os públicos são bem-vindos: as crianças podem traçar na loja, que também é pet friendly e bike friendly. “Aderimos a todo tipo de recurso que facilite a interação e a informação na loja, facilitando a acessibilidade e reconhecendo a multiplicidade. A acessibilidade não é, na nossa visão, um pouco para pessoas com deficiências. Eh uma preocupação permanente de zelo com todos, todos precisam de um envolvente e produtos acessíveis”.
A empresa apostou na inclusão e hoje colhe os frutos. Além da matriz, a Il Sordo tem dois outros pontos de venda na capital sergipana e duas lojas franqueadas em Salvador, que são lideradas também por um empresário com deficiência auditiva. Juntas, as unidades empregam 15 surdos nas funções de atendimento, supervisão e produção do gelato, mantendo sempre a proporção de 80% do quadro com PCD. “Entre nós não há barreiras. Os clientes entram no nosso mundo. Somos referência no Brasil em acessibilidade e, assim, mostramos do que o surdo é capaz”.
Prolongamento turbinado
Surfando a vaga da expansão, a Il Sordo chegou a faturar R$ 1 milhão ao longo de 2019. Já na pandemia de Covid-19, a queda abrupta da receita foi atenuada basicamente pelas entregas em habitação. Foi quando Breno se viu obrigado a tomar uma medida drástica e fechar três lojas. Em 2021, o faturamento voltou a subir e a empresa fechou o ano com receita de R$ 900 milénio. 2022 seguiu a curva de propagação, faturando o totalidade de R$ 1,6 milhão. “Sou grato até pelos problemas porque eles me motivaram a inovar, variar produtos, aprimorar o atendimento e me tornar mais possante”, afirma Breno.
O empreendedor faz questão de reconhecer o escora incondicional dos pais, da esposa, de sua equipe e de toda a comunidade surda. Destaque também para o papel do Sebrae, que ofereceu a Breno a oportunidade de se preparar com os cursos Canvas Business e Empretec e de participar da Feira do Empreendedor. “O Sebrae me deu suporte desde o dia em que comecei a estudar porquê terebrar uma empresa. Ali aprendi a fazer o projecto do negócio e toda a gestão. Graças ao direcionamento do Canvas Business, mudei a marca de Breno’s para Il Sordo, adequando o nome ao concepção do negócio”, afirma.
Inclusão que multiplica
A trajetória da Il Sordo traz à tona a verdade do preconceito enfrentado anos antes por Breno. Ele passou a ser procurado por dezenas de pessoas com deficiência auditiva em procura do primeiro serviço. “As mensagens não paravam de chegar. Eles vinham detrás de trabalho angustiados, desestimulados, sem condições financeiras. Aos poucos fomos treinando e contratando novas pessoas. A maioria nunca tinha sido aceito em serviço formal”, conta Breno.
O empreendedor descreve sua luta para tornar visíveis as pessoas com deficiência auditiva, assim porquê sua satisfação em preparar a sociedade para se relacionar com essas diferenças. “Empreender é ter excitação e um propósito evidente para transformar os problemas em soluções e impactar positivamente a sociedade, é uma aspiração superior”. Sobre o porvir, o empresário adianta que a 5ª loja da Il Sordo será inaugurada em Aracaju ainda nascente ano, com previsão de expansão de franquias em outros estados.