Início Turismo Illiers-Combray: um passeio pelas inspirações de Proust – 11/10/2023 – Turismo

Illiers-Combray: um passeio pelas inspirações de Proust – 11/10/2023 – Turismo

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A madeleine não tem zero de fenomenal. Seus ingredientes são prosaicos, coisas uma vez que ovo, farinha e manteiga. Em Illiers-Combray, no entanto, esse bolinho tem o simbolismo de uma relíquia.

O simpático vilarejo gaulês de Illiers-Combray foi uma das inspirações de Marcel Proust para ortografar “Em Busca do Tempo Perdido“, o grande romance do primícias do século 20. A madeleine está no núcleo desse catatau de sete longos volumes e centenas de personagens. É seu sabor que faz o narrador se lembrar do pretérito e, a partir disso, descrever sua história.

Illiers-Combray não está no roteiro da maior segmento dos turistas que vão para a França. Vale o ramal, no entanto, para quem procura destinos inesperados. Os leitores de Proust, em peculiar, podem se deleitar com a visitante a alguns dos cenários mais emblemáticos do livro —e, no ínterim, reprofundar uma madeleine no chá e refletir sobre a incontornável passagem do tempo.

Pouca gente passa por ali. Durante a visitante da reportagem, em agosto, não havia nenhum outro visitante. É uma rara oportunidade de estar sozinho, nas férias, e um sota merecido depois de enfrentar as hordas que flanam pelos pontos turísticos parisienses.

Proust passou segmento de sua puerícia nesse vilarejo, que se chamava somente Illiers. Foi esse lugar que inspirou a cidade fictícia de Combray, cenário do primeiro volume do livro, publicado em 1913. O impacto da obra foi tamanho que, em 1971, autoridades locais decidiram rebatizar o lugarejo uma vez que Illiers-Combray em homenagem ao responsável.

Não era para menos. “Em Procura do Tempo Perdido” tem a reputação, não desmerecida, de ser longo e detalhado demais. Mas é também um estudo de fôlego sobre a natureza da memória, do esquecimento e da formação do sujeito. A narrativa, que bebe da vida do próprio responsável, é um dos textos definitivos sobre a belle époque parisiense.

Illiers-Combray está a sudoeste de Paris, na região de Eure-et-Loir. O jeito mais fácil de chegar é de coche. Vindo da capital, o caminho leva em torno de 90 minutos. Existe a opção do trem, também, fazendo uma transbordo em Chartres — nesse caso, o trajeto dura mais de duas horas e precisa de mais planejamento. Diversas rotas de ciclismo passam por ali, caso alguém queira aproveitar para se exercitar.

A primeira coisa que aparece, no horizonte, é o campanário da Igreja Saint-Jacques, do término do século 15. Foi construída por um cavaleiro que lutou ao lado de Joana D’Arc. Mesmo em um país repleto de templos medievais, é uma igreja fenomenal, com um intrincado e inesperado telhado de madeira. O solo desnivelado e as paredes descascadas dão um ar de real, vasqueiro hoje em dia.

Essa igreja inspirou a de Combray, no livro de Proust. As descrições de sua construção estão entre as mais eloquentes da obra. Proust detalha, por exemplo, as maneiras com que sua torre contrasta com o firmamento azul do vilarejo. Fala também das missas, a que assistiu. Seu assento estofado, aliás, está preservado — fica do lado esquerdo de quem olha para o altar, indicado por uma placa.

Do outro lado da rua está o restaurante La Madeleine d’Illiers, um dos únicos do povoado. Uma repasto com ingressão, prato principal e sobremesa custa tapume de 25 euros (R$ 135). Seria um desperdício, é simples, não pedir uma madeleine. Retratos de Proust observam atentos, na parede.

Também próxima à igreja está uma estátua de Proust quando moço. É um rapaz simpático e pensativo, com face de quem enigma que vai revolucionar a literatura. Os moradores locais provavelmente não julgam quem se senta no banco para tirar uma foto com o porvir responsável. Tem que ser alguma coisa geral.

O ponto-alto da visitante talvez seja a vivenda da tia de Proust, Elisabeth Amiot, que empresta traços à personagem fictícia Léonie. O lugar foi transformado em um museu, reunindo objetos do responsável, uma vez que sua leito e alguns de seus manuscritos. Não é nem preciso ter lido o romance para se interessar. É uma vivenda do término do século 19 preservada em uma vila francesa —uma valiosa viagem no tempo.

Nos limites do povoado, há duas torres cilíndricas de pedra. São as ruínas do forte do século 11 em torno da qual Illiers se desenvolveu na Idade Média. Os moradores saquearam o restante da construção no século 19 e usaram o material para edificar suas casas morro supra. Há também residências mais antigas. Algumas delas remontam ao século 16, com o estilo publicado uma vez que “pan de bois”, marcado por vigas de madeira entrelaçadas na frente.

Para fechar o passeio, há o jardim Pré Catelan. Foi construído pelo tio de Proust, Jules Amiot, um rico mercador. Jules tinha pretérito um tempo na Argélia, e incorporou elementos do setentrião da África no traçado. Quem leu “Em Procura do Tempo Perdido” vai entender sua preço. É o “caminho de Swann”, que dá nome ao primeiro livro.

Proust baseou nesse lugar as descrições das caminhadas de seu protagonista, fundamentais ao enredo. Estão ali, inclusive, os arbustos de roseira branca —aubépine, em gaulês— que tanto impactam o narrador. As folhas secas desta vegetal dão um bom souvenir, para deixar entre as páginas de um livro de Proust. É pelo menos mais tocante do que os lápis vendidos no museu, com frases do romance.

Há outros pontos interessantes no vilarejo, a depender da duração da visitante, que de todo modo não leva mais do que um dia. Um deles é a ponte de pedra de 1806 que aparece no romance uma vez que “Ponte Velha”, por exemplo, além do cemitério sítio, onde os tios de Proust descansam. Zero supera, porém, a madeleine. É o que conecta o vilarejo, o responsável, o livro e o leitor, em um milagre da literatura.

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