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Ghibli Park, no Japão, tem Totoro, Mononoke e Chihiro – 22/11/2023 – Turismo

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Mesmo quem nunca ouviu falar em Hayao Miyazaki, o comemorado diretor de animês, deve saber as suas obras-primas “Meu Amigo Totoro” e “A Viagem de Chihiro” (Oscar de melhor filme de animação em 2003). E se você é fã destes e de outros filmes do estúdio dele, o Studio Ghibli, deve estar ansioso para visitar o Ghibli Park, inaugurado em novembro passado na cidade de Nagakute, pertinho de Nagoya, região médio do Japão.

Para muitos turistas que viajam pelo Japão com o trem-bala, Nagoya é somente uma paragem no meio do caminho entre os dois destinos mais populares, Tóquio e Kyoto. Mas a cidade, capital da província de Aichi, tem atrativos uma vez que o Legoland (parque temático do Lego) e sediou em 2005 a Expo Aichi. Foi dentro do parque rememorativo da Expo que o governo provincial de Aichi e o Studio Ghibli resolveram gerar um parque temático dos desenhos de Miyazaki.

O parque foi projetado para ter cinco áreas, mas, na visitante, somente três estavam abertas: Hill of Youth (Colina da Juventude), Dondoko Forest (Floresta Dondoko) e Ghibli’s Grand Warehouse (O Grande Arrecadação da Ghibli) —no início de novembro, foi inaugurada a quarta dimensão, a Mononoke’s Village, inspirada no filme “Princesa Mononoke”.

O primeiro repto para quem quer visitar o Ghibli Park é conseguir o ingresso. A ingressão é com data e hora marcada, e os tíquetes esgotam logo que são postos à venda. Talvez por saber que o público doméstico é suficiente para esgotar as reservas, a gestão do parque não se empenhou em invadir os turistas internacionais em seus primeiros meses.

Uma maneira rápida de se obter ingressos é comprar um pacote, vendido pelas principais agências de viagem do Japão, que inclui hospedagem e transporte de trem-bala. Foi levante o recurso que usei para prometer suplente em um sábado (os fins de semana são principalmente concorridos) para mim, minha esposa e nossa filha de 11 anos —todos fãs de carteirinha dos desenhos de Miyazaki.

Já no momento da suplente pela internet, tive que sentenciar em qual ordem visitaria as três áreas. A dica é deixar por último o Grande Arrecadação, que é a dimensão principal. A maioria das pessoas começa pela Colina da Juventude, que fica próxima à ingressão do parque —e perto da estação do monotrilho, o principal meio de transporte usado pelos visitantes.

A suplente que fiz tinha uma rota menos popular: começava pela dimensão que fica mais longe da ingressão, a Floresta Dondoko. Isso nos obrigou a caminhar uns 20 minutos, e fez com que descobríssemos, logo de rostro, uma qualidade e um defeito deste parque.

A qualidade é a interação com a natureza. Respirando o ar puro e ouvindo o vento soprar entre as árvores, o visitante chega à Floresta Dondoko já imerso no clima do “Meu Camarada Totoro” (Totoro é o simpático bicho que virou um dos personagens mais queridos já criados por Miyazaki). Lá, o visitante tira o sapato na ingressão e explora uma moradia antiga, onde teriam morado Satsuki e Mei, as irmãs que ficam amigas do Totoro. Uma universitária, que estava abrindo todas as gavetas de todos os cômodos, comentou que relembrou a moradia da sua avó, que visitava na puerícia.

O ponto fraco do parque, e principalmente desta dimensão, é a sinalização escassa e uma deliberada falta de legendas explicativas. A chance de se perder no caminho para a Floresta é grande, e quem não viu o filme —ou mesmo quem viu— corre risco de se entediar, pois não entenderá o significado deste ou daquele objeto. Talvez seja levante o noção do parque: que cada um sinta a moradia do seu jeito, sem induções.

Nosso segundo rumo foi a Colina da Juventude. A dimensão tem uma vez que base um filme menos espargido do Studio Ghibli, “Sussurros do Coração” (1995), com roteiro de Miyazaki e dirigido por um discípulo dele, Yoshifumi Kondo. Foi reconstituída a loja de antiguidades onde a personagem Shizuku chega ao percorrer detrás de um gato.

Na dimensão externa, há um ponto de ônibus à tendência antiga. No interno, a decoração e a mobília despertam a nostalgia. Experimentei perguntar a uma funcionária sobre o violino exposto. Ela se animou em me dar uma longa explicação, o que me fez pensar que muita gente ficaria feliz se o parque oferecesse visitas guiadas ou um guia de áudio.

Posteriormente uma certa recusa com as duas áreas menores, depositamos nossas esperanças no Grande Arrecadação. Pela primeira vez, enfrentamos fileira para entrar. E, pela primeira vez no dia, minha filha soltou um “uau!” ao deparar com espaços amplos, cores vibrantes e múltiplas atrações. Assim uma vez que nós, outros visitantes famintos entraram em uma fileira de 60 minutos para almoçar no “Transcontinental Flight Moca”. Gostamos dos sanduíches e pizzas, e das maquetes de aviões expostas ao lado do caixa.

Há pelo menos duas atrações imperdíveis no Grande Arrecadação. A primeira é a sala para tirar fotos nos cenários dos principais filmes do Ghibli. Dez em dez visitantes estavam maravilhados por poder se sentar ao lado do fantasma No Face no vagão do trem de “A Viagem de Chihiro”. A segunda é o Cinema Orion, onde são exibidos curtas-metragens do Ghibli que não entram em volta mercantil (não se esqueça de pegar o bilhete na ingressão da sala, pois as sessões são com hora marcada).

As crianças estavam fazendo a sarau no playground Cat Bus (ônibus do gato), de “Meu Camarada Totoro”. Para os adultos, a exibição “Everything Ghibli” traz cartazes publicitários e livros sobre os filmes da Ghibli, publicados em vários idiomas.

A dimensão que mais me cativou foi a “Delicious! Animating Memorable Meals Expanded Edition”, que revela o passo a passo de uma vez que os desenhos de Miyazaki conseguem mostrar a comida parecer tão apetitosa. Ali, o visitante pode sentar-se à mesa da famosa cena em que os pais de Chihiro viram porcos e comem vorazmente.

Por término, mesmo que você não compre zero, uma paragem na loja de presentes é obrigatória. Lá você pode encontrar chocolates, biscoitos, chaveiros e toalhas de mão com referências aos filmes Ghibli.

O recém-inaugurado Mononoke não parece ter zero espetacular. A expectativa se volta, agora, para a quinta dimensão em construção: o Valley of the Witches, inspirado em “O Serviço de Entregas da Kiki” (1989), previsto para março de 2024.

Terminado o passeio, veio à tona a inevitável conferência com o Ghibli Museum, em Tóquio. Se você tem pouco tempo para passear no Japão, recomendo o museu, apesar de ser muito menor. Por um motivo simples: o Ghibli Museum é cria do próprio Hayao Miyazaki, ao passo que o novo Ghibli Park foi concebido pelo seu fruto, o cineasta e paisagista Gorô Miyazaki. O pai é um gênio e um visionário, o fruto é somente um bom instituidor. O Ghibli Park tem seus méritos e vale a visitante, mas lhe falta a magia dos filmes do Miyazaki pai.


GHIBLI PARK

Entrada: https://ghibli-park.jp/en/about/#access. Ingressos a partir de 2.500 ienes (R$ 82) em: https://ghibli-park.jp/en/ticket/; telefone multilíngue (inclui português e inglês): +81 50 3626-2455

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