“No abrigo que a minha mana tá trabalhando teve um senhor que salvou um COSTELÃO 12H. A pessoa saiu de morada com a roupa do corpo e um costelão na paleta.”
Esse é o tuíte. Ou melhor, a publicação na rede social X.
A autora da postagem chama-se Luiza Pinter. Sua localização exata não é indicada, mas provavelmente escreveu sobre Porto Alegre, Canoas ou outro município afetado pela enchente do Guaíba.
Nos comentários, surgem mais detalhes da história.
O varão entrou no embarcação do resgate carregando exclusivamente uma peça enorme de costela de boi –os gaúchos chamam-na de costelão 12 horas porque lentidão a metade de um dia para assar lentamente no queimada vagaroso, distante da brasa.
Aparentemente, ele levou a músculos crua para o abrigo e promoveu um almoço coletivo no dia seguinte, com churrasco para as outras vítimas do sinistro.
“É o maior gaúcho da história”, comentou Lívia Muniz, de Niterói, RJ.
Devo concordar, caso o incidente seja verdadeiro (infelizmente não encontrei imagens do tal costelão).
Já o caso do varão que faz chimarrão com chuva da chuva foi narrado por ele mesmo à equipe de reportagem da RBS.
Com uma cuia na mão, o fígaro Vilmar Balbinoti, que está sem chuva encanada há dez dias, aponta para a calha. “[Para] o mate cá, demos um jeito com a chuva da calha”, diz para o repórter. “Muito fervida.”
São dois exemplos de uma vez que, mesmo no meio de tanta desgraça, os gaúchos têm-se virado para manter o estilo de vida, a identidade manifesta na comida e na bebida.
Um terceiro exemplo de uma vez que o povo rio-grandense não se verga à tragédia: um perfil que se identifica uma vez que Hal (o computador de “2001”) postou imagens de um supermercado depois a corrida para estocar mantimentos.
Das quatro fotos, três mostram prateleiras rapeladas, sem zero ou quase zero. Na quarta imagem, uma geladeira com os produtos intactos.
“Tem um expositor que não esvazia nunca!”, escreveu o tuiteiro.
Eram hambúrgueres veganos e outros produtos à base de “músculos” vegetal. Também não dá para saber se é o mesmo mercado no mesmo dia –a foto dos plant-based não permite ver zero além dos mantimentos em exposição.
De qualquer modo vale pela piada. Pelo humor ácido numa situação tão lazarenta.
Gaúchos, né?
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