O juvenil Cleber Santos virou morador de rua na grande São Paulo aos 14 anos, em seguida recorrentes desentendimentos familiares e mudanças de cidade. Foi nas ruas que o baiano conheceu e adotou o vira-lata Grafit, seu leal e único escudeiro por anos. Grafit despertou em Cleber o paixão pelos animais e a força para dar a volta por cima, o levando a gerar, em 2011, a Comportpet, empresa de domesticação e hospedagem de cachorros. Além de liderar um negócio que fatura mais de R$ 3 milhões ao ano, uma vez que poder em comportamento bicho, Cleber capacita milhares de pessoas no Brasil e no mundo.
A trajetória de subida do baiano começou, mesmo sem ele imaginar, quando tinha 16 anos. Até logo, ele fazia bicos nas ruas, ajudava a descarregar caminhões e encarava o que surgisse. “Eu era faceta de pau e tinha boa notícia. Fiz todo tipo de serviço em troca de alguns agrados, R$ 10, R$ 20”, conta. Em troca de abrigo e comida para ele e Grafit, Cleber aceitou vigiar, durante a madrugada, materiais de construção de pet shop em reforma em Taboão da Serra (SP). Terminada a obra, Santos começou a trabalhar na empresa, varrendo o soalho e pesando a ração. “Por reparo, aprendi sobre a operação do pet shop e consegui vaga para dar banho nos pets”, descreve.
Por morar no pet shop e ter comprovante de residência, Santos conseguiu se enumerar ao Tropa em 2008, aos 18 anos. Nos primeiros seis meses, passou pela formação universal das funções do quartel, em Osasco (SP), e só ia a cada 15 dias visitar o Grafit na pet shop. Ele começou a visitar mais o canil do Tropa para observar o treinamento dos cães, até que foi convidado para trabalhar. “Porquê não podia mais ver o Grafit com frequência, estar no canil era uma forma de conviver com os cães dali e aprender com eles”, diz.
O período no Tropa durou cinco anos, quando o aspirante a empreendedor fez cursos profissionalizantes e avançados na espaço de domesticação, uma vez que treinar cães para farejamento, trabalho de procura e inquietação e guarda de autoridades. Ele conciliava o trabalho no quartel com o serviço de cuidar de cães em residência.
Todo o verba que ganhava, investia em mais cursos, para me individualizar cada vez mais.
Cleber Santos, proprietário da Comportpet.
Alguns foram realizados nos EUA, Canadá e Alemanha, que lhe conferiram o título de profissional em comportamento bicho.
Tudo começou no apartamento
Em 2010, ainda no Tropa, ele criou a empresa Comportcão, com investimento inicial de R$ 20 milénio. Esse verba veio do próprio bolso, dos trabalhos que fazia cuidando e adestrando cães. Com a empresa, fazia atendimento para clientes a residência. Em 2013, quando deixou o tropa, Santos passou a cuidar dos cães em seu apartamento alugado, com serviço de hotelzinho. “Cabiam sete cães”, diz. Na era, ele cobrava de R$ 15 a R$ 20 a diária por cachorro. Em 2014, Santos ampliou o atendimento para gatos e aves.
Com visão de negócios, Cleber foi além e se tornou um empreendedor do setor. Mudou o nome da empresa para Comportpet e transferiu o atendimento para uma morada que comportava 30 animais. A empresa foi se moldando para oferecer serviços de creche, hotel e domesticação, chegando a atender 3.000 cães por ano. O carro-chefe é o domesticação, que dura de quatro a seis meses. Atualmente exclusivamente no daycare e no hotel são recebidos diariamente 100 pets.
Universidade Comportpet
Em 2021, junto de sua esposa, Dan Batista, Cleber Santos transformou os 12 anos de experiência em outra frente de negócio lucrativa. Ao gerar a Universidade Comportpet, eles passaram a oferecer 18 cursos voltados a donos de negócios do mercado pet para melhorar a gestão e o atendimento aos animais e tutores. São aulas avulsas, on-line, híbridas ou presenciais, que incluem temas uma vez que banho, tosquia, domesticação, gestão e marketing. A Universidade já capacitou mais de 3,6 milénio alunos do Brasil e de oito países: Argentina, Chile, Estados Unidos, Portugal, Londres, México, Canadá e Austrália.
Recentemente, a Comportpet lançou a franquia day care e hotel, com três modelos de negócio e aporte a partir de R$ 200 milénio. Os futuros franqueados passarão por programa de capacitação de duas semanas na novidade sede da empresa, em Vila Mariana (SP). As aulas contemplam gestão, marketing, atendimento, treinamentos nas áreas financeira, contábil e mercantil, além da vivência para operar os serviços de banho, tosquia, creche e hotel.
É muito importante o envolvimento do franqueado no dia a dia. Lojas nas quais os donos não participam ativamente performam 40% menos.
Dan Batista, empresária e esposa de Cleber Santos.