Início Música Fãs relembram 1º show de Madonna no Brasil, há 30 anos –...

Fãs relembram 1º show de Madonna no Brasil, há 30 anos – 03/11/2023 – Música

115
0


São Paulo

Há exatos 30 anos, o Brasil vivia a efervescência da prisão preventiva de PC Farias e uma greve dos professores em São Paulo. No entanto, naquele 3 de novembro de 1993, o que ocupava mesmo a mente de boa secção dos brasileiros era o primeiro show de Madonna ao Brasil.

“A sarau da megastar Madonna começou às 21h05, quando as luzes do Morumbi [na zonal sul da capital paulista] se apagaram e, sob uma marchinha circense, um pierrô e uma bailarina com os seios nus surgiram no palco, em sequência”, descreveria a reportagem da Folha no dia seguinte. “Enquanto a última descia por um cabo de ferro, Madonna saía de um elevador, emergindo da negrume num modelito sadomasô com recta a chicotinho.”

A primeira vinda da rainha do pop ao país foi durante a turnê “The Girlie Show”, que também teve outra apresentação no Rio de Janeiro três dias depois. O show teve exatas duas horas de duração e contou com um público de 88 milénio pessoas, o maior da turnê da artista até aquele momento.

Para quem esteve lá, pessoalmente, o que ficou na presente foi o quanto Madonna estava feliz no palco. “Ela estava feliz, quis vir ao Brasil saber o público com toda a vitalidade e força”, descreve João Beltrão, 47, coordenador de marketing, que estava com 17 anos naquele momento e chegou ao Morumbi depois passar horas em um ônibus vindo do Rio de Janeiro.

“Na hora em que ela cantou ‘Everybody’, ela tira a máscara do pierrô e surpreendeu com sua roupa, surgindo com uma camisa do Brasil por grave”, conta. Além do véu brasiliano, a artista homenagearia o país soltando o gogó para trovar “Garota de Ipanema”.

Assim uma vez que Beltrão, jovens de vários lugares do Brasil vieram para São Paulo a término de verem Madonna de perto. A aromaterapeuta Vivianne Proença, 52, de Florianópolis (SC), e o jornalista Robledo Milani, 46, de Porto Jubiloso (RS), também pegaram a estrada em excursões lotadas, em mais de 15 horas de viagem.

Proença diz que pisar no gramado do Morumbi lhe emociona até hoje pelas memórias que isso traz à tona. “Ficamos horas no ônibus, pista simples, e eu vim sozinha porque uma amiga precisou fazer uma extração de dente e cancelou de última hora”, relembra. “Conheci pessoas no ônibus e, quando abriu o portão, todos nós saímos correndo no gramado, aquela música subida… não tem uma vez que olvidar.”

Durante o show, Madonna passou por hits obrigatórios para qualquer fã, uma vez que “Like a Virgin”, “Holiday” e “Vogue”. Para Milani, que sabia de antemão que a performance incluiria dominatrixes e homens musculosos e descamisados dançando, a ousadia da artista ficou marcada. Em um trecho do set, quando era tocada a música “Express Yourself”, acontecia um “verdadeiro orgia no palco”, segundo ele.

“Era uma suruba, todo mundo se pegando e eu lembro que fiquei de olhos arregalados (risos)”, recorda. “Meu Deus, eu tinha 16 anos e pensava: ‘Isso está acontecendo mesmo?’. Era todo mundo focado naquela mulher e ela estava naquela grande congregação.”

A Folha também destacou esse paisagem no texto sobre o show. “Madonna pregou para os convertidos. Foram duas horas de uma gostosa pornografia para toda a família. Movimentos obscenos se armaram com artificialismo hilariante”, diz a reportagem.

Em outro momento do espetáculo, a artista propôs outras sensações. Durante o número de “Justify My Love”, por exemplo, ela e seus dançarinos vestiram roupas vitorianas. “O estádio se transformou em um verdadeiro museu”, lembra Milani. “Foi um pouco completamente dissemelhante do videoclipe. Eu amei demais”, compara Beltrão.

Para o trio de fãs, a passagem da turnê “The Girlie Show” por São Paulo foi a prova do quanto Madonna sempre esteve primeiro de seu tempo. Segundo eles, é exatamente isso que faz a rainha do pop seguir em subida e tão namorada 30 anos depois de sua primeira passagem pelo Brasil.

“Ela é uma mulher de muita força, força, venustidade e uma pessoa que mostrava ser empoderada em uma era em que nem se falava nesse termo”, define Proença. Já Beltrão destaca o quanto a cantora lhe ajudou por ter sido um juvenil gay na dezena de 1990. “Ela dizia que o corpo era meu, ou seja, ia muito além da representatividade: ela tinha uma personalidade que abriu portas para a minha geração”, afirma.

Milani, por sua vez, avalia que Madonna sempre será exemplo por ser revolucionária. “Ela é inquieta e sempre provocando revoluções em tudo o que faz”, diz. “Ela já foi atriz, diretora, escritora… ela é tudo, e costuma proferir que a arte tem que ser assim, que não pode te deixar confortável. Madonna te instiga a ir além.”

Artigo anteriorReconhecimento da Unesco fortalece Economia Criativa em Penedo (AL) | ASN Nacional
Próximo artigoInovação, tecnologia e negócios estarão presentes durante o Siará Tech Summit | ASN Nacional

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui