Com chuva escassa e pasto ralo na maior segmento do ano, manter um rebanho produtivo e nos padrões de mercado parece meta distante do pequeno produtor rústico do Semiárido nordestino. Mas, para especialistas presentes à Feira Agropecuária ExpoAssú, encerrada no domingo (30), em Assú, a adoção de técnicas sanitárias e de manejo adequados pode transformar essa verdade e, apesar das condições climáticas adversas, encomiar a produtividade dos animais e a competitividade dos negócios no campo.
Caso da caprinovinocutura, suinocultura e avicultura, três das atividades mais representativas no meio rústico, que podem ser beneficiadas fortemente pela emprego de métodos simples, porém capazes de promover melhorias significativas no rebanho. De conciliação com o médico veterinário e consultor do Sebrae no Rio Grande do Setentrião, Carlos Henrique de Souza, é verosímil, por exemplo, ter animais melhores e em um espaço de tempo menor, somente com a utilização da técnica que aparta o borrego da mãe 80 dias em seguida o parto. Ele ministrou a palestra “Desmame e confinamento de cordeiro – devo fazer?”, no espaço da Escritório Sebrae na ExpoAssú.
–
“O desmame não é mais do que uma forma técnica simples que faz aumentar a produção do rebanho. Na ovelha, 80% da lactação acaba, em média, 80 dias em seguida o parto. Portanto, não justifica, nutricionalmente, manter esse borrego com a mãe. No confinamento, com ração balanceada à base de vontade e proteína, ele atingirá o desenvolvimento sumo, que permite um abate entre sete e oito meses. Se não adoto essa técnica, ele estará pronto para o abate somente depois de um ano”, explica.
Ao transpor da palestra, o pai de ovinos Antônio Segundo Machado não escondia a satisfação de deslindar a técnica. Ele cria caprinos e ovinos no município de Itajá, no Vale do Açu e acredita que “agora nossa verdade mais mudar, porque sabendo porquê faz, vamos fazer e ter mais animais para vender”, diz.
Mercado em subida
Uma das atividades que mais cresceu nos últimos meses, principalmente pela valorização no preço dos ovos, a avicultura tem atraído a atenção de pequenos produtores rurais. Mas, para o médico veterinário e zootecnista Ernesto Guevara, três pontos devem ser levados em conta pelo pai na hora de investir na geração de aves.
“As pessoas passaram a enxergar a avicultura porquê uma oportunidade de negócio que, de traje, é. Mas, se quiser se evidenciar e ter diferencial competitivo, é necessário investir em ave de boa genética, notar às condições de higiene sanitária e não deixar de vacinar os animais”, alerta.
A emprego de tais medidas terá revérbero direto no aumento da produção de ovos, foco principal dos produtores que investem na atividade, segundo ele. “Galinhas melhoradas são especializadas em por ovos. Se aliamos a isso os cuidados sanitários e emprego de vacinas teremos excelentes resultados. Uma penosa com genética melhorada põe, dentro de um ano e dez meses, tapume de 480 ovos, enquanto a penosa generalidade, a chamada capoeira, põe em torno de 80, no sumo século ovos no mesmo período. Ou seja, faz a diferença”, exemplifica.
Diferencial competitivo
Ter um manejo adequado coligado a um bom planejamento técnico tende a fazer a diferença quando o matéria é suinocultura, garante o profissional Faviano Moreira. Para ele, são esses detalhes que farão com que o negócio de geração de suínos ganhe o tão sonhado diferencial competitivo. O alerta foi oferecido durante a palestra “Cuidados essenciais com leitões: do promanação ao desmame”, ministrada para dezenas de pequenos produtores durante a ExpoAssú.
“Seguindo todas as formas de manejo, ter um planejamento técnico e buscar bons fornecedores de insumos e de animais é verosímil conseguir se estabelecer na sua região com boa produtividade e ser mais competitivo, porque há uma carência, cá na região, de produtores que tenham toda essa geração tecnificada. Portanto, quem conseguir reunir essa marca de padrões de manejo, de qualidade higiênica e esteio de consultores, conseguirá se evidenciar”, aconselha.
Avaliação
Para o diretor Técnico do Sebrae RN, João Hélio Cavalcanti Júnior, ao promover atividades com saliente texto de conhecimento técnico ao pequeno produtor rústico, o Sebrae cumpre papel decisivo no fortalecimento dos negócios rurais e fomento ao empreendedorismo.
–
“Vimos nas palestras pessoas que possuem negócios e pessoas que estão despertando para as oportunidades de mercado a partir dos temas que foram aborados, e isso mostra que o conhecimento técnico apresentado transforma realidades de pequenos produtores, de pequenos negócios e de pessoas que pretendem empreender. E isso é realmente muito positivo”, pontua João Hélio.
As palestras ministradas pelos especialistas em caprinovinocultura, avicultura e suinocultura integraram segmento da programação realizada pela Escritório Sebrae de Assú ao longo da 3ª edição da ExpoAssú. O evento, encerrado no domingo (30), na Redondel Dnocs, em Assú, é uma realização do Sebrae no Rio Grande do Setentrião, Governo do Estado e Prefeitura de Assú. Nos três dias de ExpoAssú, a feira reuniu dezenas de cadeias produtivas do setor agropecuário do Vale do Açu e destacou as potencialidades da região. A programação também incluiu exposição de animais, dezenas de estandes expositivos, e atrações