No próximo dia 2 de dezembro comemora-se o Dia Pátrio do Samba. No Rio de Janeiro, dois grandes eventos marcarão a data. Da Meão do Brasil, partirá rumo a Oswaldo Cruz, na zona setentrião, o Trem do Samba, com rodas de samba ocupando os vagões.
No tramontana final, palcos receberão grandes nomes da música. Já na Cidade do Samba, localizada na zona portuária, começará às 20h a segunda noite de um evento organizado pela Liga Independente das Escolas de Samba, a Liesa, e pela Riotur, com desfiles das escolas de samba do Grupo Privativo.
O idealizador do Trem do Samba, Marquinhos de Oswaldo Cruz, conta que quem primeiro ocupou os trens com samba foi Paulo da Portela, um dos fundadores da escola.
“Antigamente, o samba era proibido. Portanto, o Paulo da Portela marcava com outros músicos de se encontrar na Meão do Brasil. Quando eles entravam dentro do trem, às 18h04, eles começavam a tocar. Era uma forma de fugir da repressão policial.”, diz Marquinhos.
Em 1996, ele teve a teoria de, uma vez por ano, recriar essa viagem. Surgia o Trem do Samba, que chega à 28ª edição em 2023.
No dia 2, às 15h, um palco na Meão do Brasil receberá diversas apresentações. A partir das 18h04, três trens sairão com 16 rodas de samba, uma por vagão. O primeiro trem é reservado para as Velhas Guardas das escolas e demais convidados. Meia hora e uma hora depois, saem trens abertos ao público. Para viajar, é necessário doar 1 kg de manjar não perecível.
Perto da estação de Oswaldo Cruz, três palcos estarão montados para receber o público com grandes nomes da música, uma vez que o grupo Fundo de Quintal, Leci Brandão e Martinho da Vila.
As rodas de samba, em seguida saírem dos vagões, irão para bares espalhados pelo bairro. Segundo Marquinhos, o evento levava 100 milénio pessoas a Oswaldo Cruz antes da pandemia.
Pelo segundo ano seguido, o Trem do Samba divide as celebrações cariocas do Dia do Samba com uma sarau promovida pela Liga Independente das Escolas de Samba, na Cidade do Samba, na zona portuária.
No evento, cada uma das 12 escolas fará um show em um palco localizado na terreiro meão da Cidade do Samba. Logo em seguida cada show, as escolas desfilarão por uma avenida que liga os barracões onde estão sendo construídas as alegorias e as fantasias para o Carnaval de 2024.
No dia 1º, sexta-feira, se apresentarão as escolas Unidos do Porto da Pedra, Beija-Flor de Nilópolis, Acadêmicos do Salgueiro, Acadêmicos do Grande Rio, Unidos da Tijuca e a atual campeã, Imperatriz Leopoldinense.
No sábado, dia 2, é a vez das escolas Mocidade Independente de Padre Miguel, Portela, Unidos de Vila Isabel, Estação Primeira de Mangueira, Paraíso do Tuiuti e Unidos do Viradouro.
No dia 1º, ao longo do dia, o álbum com as gravações oficiais dos sambas enredos do próximo Carnaval será lançado.
“Assim, o público vai poder curtir essa bela safra de sambas-enredo nas plataformas digitais e, em seguida, comentar sobre as faixas e comemorar no evento do Dia Pátrio do Samba”, diz Gabriel David, diretor de marketing da Liesa.
Além dos shows das escolas e dos minidesfiles, estão programadas apresentações de Diogo Nogueira, no dia 1º, e da roda de samba do Beco do Rato, no dia 2. No evento acontecerá também o concurso que escolherá a Golpe LGBTQIA+ do Carnaval 2024.
O ingresso que dá recta às duas noites de sarau custa R$ 30 e está disponível para compra online.
Os minidesfiles, uma vez que ficaram conhecidos entre os amantes das escolas de samba, acontecem no Rio pela terceira vez. Em São Paulo, existem desde 2017.
O Dia do Samba foi instituído primeiro em Salvador. A lei aprovada em 1963 determinava também que naquele 2 de dezembro fosse homenageado Ary Barroso. Talvez por isso se fale que a data foi escolhida em memorandum à primeira visitante do compositor à capital baiana, ocorrida em 2 de dezembro de 1940, associação que não é feita no texto da lei.
Em 1964, o Rio também passou a festejar o samba neste dia. Desde logo, diversos municípios pelo país comemoram a data.