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Como Marília Mendonça continua a ser fenômeno após morte – 12/05/2023 – Celebridades

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BBC News Brasil

As músicas da cantora Marília Mendonça, um dos maiores nomes do sertanejo nos últimos anos, continuam entre as mais tocadas no Brasil posteriormente sua morte em novembro de 2021, no auge da sua curso.

A artista esteve no topo das paradas em 2022 e no início deste ano e segue sendo bastante ouvida nas rádios do país e plataformas de música.

Por trás deste sucesso póstumo da cantora, também estão o trabalho e a estratégia traçados por sua gravadora, por seus familiares e pelo escritório que representa a artista.

O principal projeto é uma série em quatro partes -a última deve ser lançada no término de maio- com músicas retiradas de uma live feita por ela em maio de 2021.

A melodia Leão, que encabeça a série “Decretos Reais”, já foi ouvida 340 milhões de vezes nas plataformas de música e no YouTube, segundo a Som Livre.

A tira foi a mais popular no Brasil no Spotify no último verão, e Marília Mendonça foi a artista mais ouvida em todo o país no mesmo período.

Os números alcançados por Marília posteriormente a morte surpreenderam, avalia o jornalista André Piunti, especializado em música sertaneja.

“Ninguém esperava que um lançamento póstumo fizesse tanto sucesso assim. Isso nunca aconteceu no sertanejo, não sei se em outro tipo de música no Brasil, mas acredito que não”, pontua Piunti.

O FENÔMENO MARÍLIA

Um dos principais nomes do subgênero “feminejo” -música feita por e para mulheres-, Marília Mendonça é dona de inúmeras músicas de sucesso.

A artista chegou à gravadora Som Livre em 2015, ainda porquê compositora. A curso porquê cantora começou um pouco depois. Conhecida porquê a “Rainha da Sofrência” por trovar sobre o desamor, a artista chegou ao topo com “Infiel”, seu primeiro hit.

A música tem hoje mais de meio bilhão de visualizações no YouTube, onde o ducto de Marília tem quase 26 milhões de inscritos. Depois, vieram sucessos porquê “Todo Mundo Vai Suportar”, “Vai lá em Lar Hoje”, “Troca de Passeio” e vários outros.

“Ela mostrou, logo no início, que tinha muito potencial vocal, que a elaboração dela falava com todas as características das mulheres e que ela estava representando esse público. Foi uma quebra de estigma do segmento do sertanejo”, diz Júlia Braga, da Som Livre.

Ao longo da curso, Marília acumulou recordes. No auge da pandemia, em maio de 2020, sua live tornou-se a mais vista na história do YouTube, com 3,3 milhões de acessos simultâneos. A cantora foi a artista mais ouvida no Brasil no Spotify em 2019 e em 2020.

A sua curso foi encerrada de forma precoce. Enquanto ela retomava os shows que haviam sido suspensos com a pandemia, a cantora morreu em um acidente aéreo, aos 26 anos.

Ela estava em um avião que caiu na cidade de Piedade de Caratinga, em Minas Gerais, em 5 de novembro de 2021. Além da cantora, também morreram o tio dela, Abicelí Silveira Dias Fruto, o produtor Henrique Ribeiro, o piloto Geraldo Medeiros Júnior e o copiloto Tarciso Pessoa Viana.

A tragédia causou comoção em todo o país e foi notícia pelo mundo. O velório dela, em Goiânia, reuniu milhares de fãs.

DEPOIS DA MORTE

Os representantes da cantora tinham um duelo posteriormente sua morte: porquê conduzir a obra deixada por uma das maiores artistas do Brasil?

Isso significava, em segmento, reger os trabalhos que Marília havia deixado prontos antes do acidente.

Marília tinha completo de lançar “Patroas”, por exemplo, uma parceria com a dupla Maiara e Maraísa, suas amigas de longa data. As músicas do projeto alcançaram o topo das paradas nos meses seguintes.

Ao mesmo tempo, a equipe decidiu revisitar todo o material já produzido pela cantora, pensando em produzir novos projetos.

“A gente teve muito zelo em fazer reflexão do que ela faria. É óbvio que nunca saberemos e queríamos que ela estivesse cá. Mas não estando, tivemos o zelo de tentar fazer com a faceta dela”, explica Júlia Braga, diretora de mercantil e marketing da gravadora Som Livre.

Na live Tocata, feita no YouTube em maio de 2021, Marília cantou sucessos da sua curso -alguns em novidade versão- e de outros artistas. A apresentação tem mais de 10 milhões de visualizações atualmente.

A transmissão foi remasterizada para melhorar a qualidade do som de algumas músicas, e a primeira segmento foi lançada em julho pretérito.

Os três volumes de “Decretos Reais” que saíram até agora somam 780 milhões de reproduções em plataformas de áudio e no YouTube, de negócio com a Som Livre.

“Acho que todo mundo entendeu que esse projeto de regravações -não é de inéditas- é muito potente”, diz Júlia Braga. “O que explica o sucesso atual dela é, sem dúvidas, a própria Marília. Nós estamos cá somente para ajudar.” Nos meses seguintes à morte da cantora, também foram lançadas gravações de Marília com outros artistas.

Os lançamentos dessas canções seguiram o cronograma de cada parceiro, porquê os cantores Ludmilla, Naiara Azevedo e Zezé di Camargo, posteriormente aval dos representantes de Marília.

A música “Mal Feito”, com a dupla Hugo & Guilherme, foi umas das parcerias de maior sucesso. A melodia, lançada em janeiro de 2022, foi a mais ouvida no ano pretérito nas plataformas de música do país, com 255 milhões de reproduções.

“Falta a peça principal, que é a Marília e suas ideias geniais, mas fica o florescer das sementes que ela plantou”, diz o escritório Work Show, que cuidava da curso da artista, em um transmitido à BBC News Brasil.

O SUCESSO PÓSTUMO

O sucesso de Marília mesmo posteriormente a sua morte vai além do roupa de ela ter sido um fenômeno em vida, avalia o jornalista André Piunti.

Ele destaca que um ponto fundamental é que a artista deixou muito material produzido com qualidade. “Ela deixou coisas realmente prontas”, diz.

“Não precisaram revirar arquivos, essas coisas, que sempre são complicadas. Por exemplo, o Cristiano Araújo (cantor sertanejo), que faleceu em 2015, teve o primeiro projeto póstumo lançado só no final do ano pretérito, porque tiveram que mexer em arquivos. Aí perde um pouco daquele apelo. O dela (Marília) foi lançado menos de um ano depois”, acrescenta.

Somente no Spotify, Marília acumula atualmente pouco mais de 13,2 milhões de ouvintes mensais. É a quinta artista brasileira mais ouvida na plataforma nos últimos dias.

Ela soma atualmente, segundo a Som Livre, mais de 27 bilhões de reproduções em plataformas de áudio e no YouTube. Os valores movimentados pelos lançamentos póstumos não foram divulgados.

Outro ponto, diz André Piunti, é que a equipe dela adotou estratégia de lançamento dos projetos semelhante à que era feita enquanto Marília estava viva.

“Reuniram fãs, prelo, a gravadora e fizeram um lançamento porquê se a artista estivesse cá”, comenta. A tira “Leão”, uma parceria com o rapper Xamã, tornou-se um dos maiores sucessos póstumos de Marília Mendonça.

A melodia foi lançada originalmente em 2020 e foi reeditada pela cantora em uma novidade versão solo na live de maio de 2021.

Piunti diz que a música alcançou números expressivos principalmente por ser considerada quase inédita para muitos que acompanhavam a curso de Marília.

“A música tinha sido gravada com o Xamã, no estilo dele. Portanto, por mais que ele tenha feito um fragor com ela, ficou mais para o público do Xamã do que para o da Marília”, diz.

“Muita gente que gostava da Marília sequer conheceu a versão com o Xamã. E aí ela fez uma versão totalmente novidade na live, uma versão que a gente labareda de brega, meio ‘sertanejão’ e misturando com alguns ritmos do Nordeste. Enfim, uma bagunça que ela gostava de fazer”, comenta Piunti.

“Se fosse só uma regravação de uma música sertaneja muito conhecida, porquê tantas outras que ela fez (na live), a música teria força, mas não tanta assim”, avalia o profissional.

PRÓXIMOS LANÇAMENTOS

Nos próximos meses (ou anos), devem ocorrer mais lançamentos póstumos de Marília. É uma estratégia que continua sendo traçada pela equipe dela, com o suporte da mãe da artista, Ruth Moreira.

“É tudo costurado a muitas mãos. Lembro perfeitamente da primeira reunião, todos estavam muito emocionados. Até hoje, muita gente ainda tem a sensação de que ela vai chegar, é uma coisa tão vívida que a gente sabe que ocorreu, mas não entende que ela não está mais cá para discutir os planos e as ideias”, diz Júlia Braga.

Parcerias musicais que não foram lançadas até o momento, uma biografia e um documentário estão nos planos. Aliás, uma equipe está catalogando músicas inéditas escritas pela cantora.

Há “inúmeras canções e projetos criativos sendo desenvolvidos que em breve aparecerão”, diz o Work Show à reportagem.

Segundo o escritório, os lançamentos ocorrerão conforme a vontade de Marília, “a pequeno, médio e longo prazos”, porquê ela indicou para pessoas de crédito.

“Ela assumiu um compromisso de ser além de uma cantora, um movimento, uma forma de ser e estar, uma teoria, e as ideias não morrem”, diz o escritório. Diversos trabalhos deixados pela cantora ainda devem ser avaliados por quem cuida de sua obra.

“Não tive entrada a inéditas ou rascunhos, mas já me falaram que há muita coisa dela. Ela era uma mulher hiperativa, no auge e andava com um caderninho o dia inteiro. Ela sempre gravava áudios e mandava para os produtores”, diz Júlia Braga.

“É uma infinidade de material que precisa ser ouvido e analisado para ver o que está à profundeza dela para o público. Sempre que tiver um projeto da Marília, vai ser grandioso”, acrescenta.

Levante texto foi originalmente publicado aqui.

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