Rio de Janeiro
O projecto era fugir da curso artística. Filha de Carlinhos Brown, neta de Chico Buarque e Marieta Severo e sobrinha de Silvia Buarque, Clara Buarque muito que tentou. Na mocidade, dançar, trovar e atuar era só por diversão. O libido profissional era ser assistente social ou pedagoga.
Mas a curiosidade por um teste para o músico “Novos Baianos”, há cinco anos, a fez despertar para arte e terminar com qualquer receio relacionado a sua verdadeira vocação. Hoje, ela é a Bia de “Travessia” (Globo). “É a minha primeira romance e é tudo mágico, sabe?”, diz Clara ao F5.
“Vou e volto muito feliz das gravações porque é a confirmação de que estou seguindo a minha estrada”, conta a atriz, que defende com unhas e dentes sua personagem. Desde a sinopse, ela já sabia que Bia chegaria no meio da trama de Gloria Perez para atrapalhar a vida do par principal da romance, formado por Brisa (Lucy Alves) e Oto (Romulo Estrela).
“Entrei já sabendo que a Bia estaria nesse triângulo amoroso”, comenta. “Qual a mulher ou varão gosta de se envolver com uma pessoa ainda ligada em outro relacionamento? Ninguém. Ela se apaixonou pela pessoa errada, mas ela não é vilã.”
Faltou combinar com segmento do público. Recentemente, Clara passou por um incidente repugnante por justificação de fãs do par #Brisoto, que por tábua viraram seus “haters”. Romulo Estrela precisou sair defesa da atriz, o que deixou a colega muito agradecida. “Ele foi incrível. Já tinha percebido alguns olhares atravessados, mas a gente nunca espera ser atacada.”
Com a voz gulosice e extremamente educada, Clara conta que ainda não terminou de gravar todas as cenas de Bia e não quer dar spoilers sobre o horizonte da personagem. Mesmo assim, sugere que surpresas irão sobrevir até os últimos capítulos.
“Acho que não posso falar zero (risos). Torço para que ela não acabe sozinha. Espero que apareça uma pessoa para ela amar e ser querida”, comenta a atriz, que paralelamente já tem feito testes para outras produções.
Apesar do sobrenome famoso, a carioca de 24 diz que encara com naturalidade esse tipo de dinâmica da profissão que escolheu. “Fico nervosa, evidente, mas não me incomoda. Pelo contrário. Me incomodaria se eu não fizesse teste porque faz segmento do processo. Já recebi muitos ‘não’, até mais do que ‘sim’, mas acho muito importante e válido ser testada para um determinado papel. Eu adoro fazer testes”, afirma.
Atriz formada, ela também comenta a polêmica sobre a escalação ou não de influenciadores em novelas e séries, que gerou sonido, por exemplo, quando Jade Picon foi anunciada em um papel medial de “Travessia”. “Não sou contra nem em prol. Acho que cada um deposita a sua crédito onde a sua percepção leva, né?”, avalia. “Acho que tem mais a ver com a pessoa que deposita essa crédito do que com a pessoa que aceitou fazer o papel, e é por aí.”
Também no elenco de duas produções da Disney + (“Tudo Igual Só que Não” e “Tá Tudo Perceptível”), Clara tem na ponta da língua a resposta para quem da família é mais coruja com relação a seu trabalho. “O meu pai, com certeza”, revela. “Ele é o meu maior incentivador. Desde que eu era pequena, ele dizia: ‘Filha, você é artista, você é cantora, você é atriz, você pode, você consegue’. Ele sempre enxergou o talento em mim e está babão demais em me ver na romance.”
