Areia fofa e mar verde-esmeralda distribuídos em aproximadamente 90 quilômetros de litoral consolidam o município de Porto Seguro, na Bahia, uma vez que fado de sol e praia, mas a cidade (a pouco mais de 590 km da capital, Salvador) procura atrair e fidelizar visitantes de outros segmentos turísticos.
O investimento mais recente é no nicho rústico, no província de Vale Virente, onde é provável saber fazendas e testar laticínios e cosméticos feitos com leite de búfala, por exemplo. A região está próxima a Trancoso, cuja demanda é garantida por praias paradisíacas, uma vez que a dos Coqueiros, e pela noite agitada.
No litoral sul, por outro lado, a vila de Caraíva atende tanto quem não abre mão do pé na areia uma vez que aqueles que se interessam pelo turismo ecológico, étnico e histórico. Para o primeiro grupo, uma boa opção é a praia da Barra, contornada pelo encontro do rio Caraíva com o Atlântico.
Já os adeptos do turismo ecológico e étnico devem destinar uma manhã para saber a Suplente Pataxó Porto do Boi. A experiência pode ser feita de segunda a sábado, das 9h às 12h, por R$ 100 (adulto).
A vivência inclui pinturas com tinta procedente, palestra sobre história e cultura dos indígenas pataxó, rituais de limpeza energética com canções e danças típicas, glorificação do rapé (pó à base de tabaco), banho com ervas medicinais e degustação do peixe assado na folha da patioba (uma espécie de palmeira) com banana-da-terra e farinha de mandioca.
A povoação está a 8 km da vila e um dos trajetos para acessá-la é feito de embarcação, pelo rio Caraíva (ida e volta custam R$ 150 por pessoa). Posteriormente o desembarque, uma pequena trilha exige atenção ao solo escorregadio, principalmente nos dias chuvosos, mas permite contemplar segmento da vegetação da mata atlântica.
Durante o retorno, vale aumentar a sensação de relaxamento e, por R$ 100, descer o rio em boias amarradas ao embarcação para aproveitar o silêncio e o ritmo tranquilo da chuva, além da vista privilegiada das margens repletas de manguezais. Ambos os passeios são operados pela Associação dos Nativos de Caraíva.
O eixo histórico é intrínseco ao lugar, marcado pela chegada dos portugueses ao Brasil no século 16 —não à toa, Porto Seguro faz segmento da chamada Costa do Descobrimento—, e se materializa na Igreja de São Sebastião, de 1530. Os turistas de janeiro e junho podem escoltar as festas de troca de mastro realizadas pela comunidade.
A paróquia é um dos pontos de referência de Caraíva. De lá, uma marcha curta dá chegada à avenida dos Navegantes, lotada por opções variadas de bares, restaurantes e lojas de artesanato que desafiam o visitante a trespassar com poucas lembrancinhas.
Uma sugestão ali perto para hospedagem é a pousada Morada das Conchas, com diária com moca da manhã para duas pessoas por R$ 1.100 (na baixa temporada) ou R$ 1.600 (na subida). Além da localização, o hóspede encontra boa estrutura —algumas suítes contam com piscinas privativas.
Saindo do núcleo de Porto Seguro, é provável chegar a Caraíva por terreno (uma van para 15 passageiros custa R$ 850 na Cocar Turismo) ou mar (oito pessoas pagam R$ 3.500 por uma lancha na Vento Marítimo). Embarcando próximo à jangada de Arraial d’Ajuda, há um ônibus operado pela Viação Águia Azul (R$ 31,50). Os percursos por terreno terminam na margem do rio Caraíva, de onde a travessia é feita de canoa (R$ 7 por pessoa).
A jornalista viajou a invitação da 16ª edição do e-mundi (Encontro Mundial da Prensa)
