Para quem voa no assento da janela, a conexão com a Colômbia começa ainda sobre o estado do Amazonas. A maior floresta do mundo paga a fronteira entre os países, um impressionante tapete virente que ainda cobre metade do território colombiano antes de se transformar na cordilheira dos Andes. Até a subida vertiginosa dos picos, o pavimento tem jeito de Brasil.
Depois do virente imenso, são poucas horas de voo a Bogotá, que fica no meio da ergástulo montanhosa que atravessa o país de setentrião a sul. Porquê muitas cidades colombianas, sua capital, a 2.640 metros de altitude, é espremida em um vale. Isso ajuda o turista a fazer muita coisa a pé, já que a cidade não tem metrô e sofre com trânsito. Calcular um tempo no engarrafamento é crucial para satisfazer qualquer tipo de compromisso.
No núcleo histórico, chamado de La Candelaria, fica a plaza Bolivar, marco de independência vernáculo e homenagem a Símon Bolívar, líder da luta anticolonial em toda a antiga Grã-Colômbia —entre 1821 e 1831, Colômbia, Equador, Venezuela e Panamá eram um só país.
As ruas estreitas típicas do traçado colonial espanhol são cheias de lojinhas, monumentos históricos e museus. Em um multíplice cultural que também conta com a Moradia da Moeda, o Museu das Forças Militares e o Museu de Arte Miguel Urrutia, fica o Botero, devotado ao artista plástico homônimo, um figurativista nascido em Medellín e morto em 2023. Além das 123 obras doadas por ele à instituição (entre elas sua famosa releitura da “Mona Lisa”), há também outras 85 obras de grandes nomes uma vez que Picasso, Renoir, Monet e Degas. As entradas são gratuitas.
O Museu do Ouro é outra paragem obrigatória na cidade: é um dos maiores do gênero no mundo, com mais de 30 milénio artigos do período pré-colombiano feitos com metais extraídos do sítio. Há muitos utensílios domésticos ricos em detalhes, máscaras ritualísticas, ferramentas de trabalho e até acessórios de voga.
Pouco mais de três minutos de marcha avante está o restaurante mais vetusto da América do Sul, o La Puerta Falsa, fundado em 1816. No entorno dele há dezenas de outros locais com comida típica: não deixe de provar as arepas (diferentes das versões venezuelana e argentina, mais secas e sem recheio), os deliciosos sucos de cholupa (parecidos com o de maracujá) e de lulo (fruta exótica da família dos tomates, mas cítrico, com sabor entre o limão e o abacaxi). Tente também a limonada de panela (um tipo de açúcar) e o tradicional ajiaco (sopa de batatas).
Em mais uma semelhança conosco, a Colômbia tem na gastronomia um de seus maiores tesouros. Alguns pontos da capital reúnem várias dessas preciosidades em um único lugar, uma vez que a rossio Paloquemao, no bairro Los Mártires, que abriga um grande mercado com seções dedicadas a petiscos, frutas, verduras, carnes, peixes e cafés.
O último capítulo do passeio pela região medial deve ser a subida ao santuário de Monserrate para o pôr-do-sol. Trata-se de uma igreja no cimo de um morro simbólico da cidade, de onde se pode ver toda a sua extensão urbana, e que é também o ponto de romaria mais importante do país. Um teleférico, um funicular ou uma trilha de murado de uma hora levam até lá em cima, onde a altitude chega a 3.152 metros supra do mar.
Afastando-se do núcleo histórico a cidade vai ganhando uma rostro mais residencial. Há algumas favelas no horizonte, preenchendo o relevo montanhoso e dando a Bogotá uma rostro familiar para brasileiros.
Ao setentrião, destaca-se o bairro de Usaquén, que no início do século 20 era uma extensão de grandes fazendas cafeeiras —em alguns pontos ainda é provável reputar o traçado colonial muito preservado. Hoje, o bairro é um polo gastronômico badalado onde é provável encontrar restaurantes e bistrôs sofisticados, uma vez que o Oda, na rua 140. Com vista panorâmica da cidade e uma gastronomia progressiva, isto é, que reduz o desperdício e usa ingredientes locais e sazonais, em novembro de 2023, o sítio foi eleito um dos melhores da América Latina pela World’s 50 Best Restaurant’s.
Ainda em Usaquén, não deixe de fazer uma visitante ao Mercado das Pulgas, que abre tradicionalmente aos domingos e se parece com as feirinhas brasileiras, mas com barracas de joias artesanais —a Colômbia é a principal extratora de esmeraldas no mundo, e as pedras podem ser vistas em diversos pontos da cidade. Não é para todos os bolsos, mas contemplar é de perdão.
A seis quilômetros dali, no miolo da Zona Rosa, onde ficam diversas butiques de luxo e muitos bares, está a Zona T, trecho muito charmoso no qual só é provável se locomover a pé ou de bicicleta —uma opção geral na cidade.
É lá que fica o famoso e folclórico restaurante Andrés Mesocarpo de Res. Não é fácil explicar o que você encontrará lá, mas digamos que se estiver na incerteza entre trespassar para jantar ou ir a uma balada, o Andrés te servirá as duas coisas.
São quatro andares temáticos: o inferno, a terreno, o purgatório e, finalmente, o firmamento, todos com decoração e menus personalizados. Não é um restaurante barato e também não é sombrio mas, se o seu carisma aguenta, faça suplente, aproveite as excelentes carnes junto da tradicional limonada de coco e entenda o porquê deste lugar ser considerado obrigatório em Bogotá.
Mais ao sul, o bairro de Teusaquillo guarda alguns dos maiores espaços verdes de Bogotá, o Parque Metropolitano Símon Bolívar, e o Jardim Botânico, onde se pode observar recriações de cada um dos seis biomas nacionais —amazônia, maciço colombiano, andes orientais, andes ocidentais, pacífico e caribe.
A poucos quarteirões desses parques, está o principal núcleo esportivo de Botogá, o estádio El Campín, inaugurado em 1938. Contrariando o processo de arenização que vem tomando conta da América do Sul, ele conta com uma arquitetura raiz: é todo de concreto, com arquibancadas pouco verticalizadas e nenhum alambrado entre a torcida e o campo. Em dias sem jogo, um tour permite visitar o banco de reservas, vestiários e cabines de transmissão.
Também é preciso saber o esporte solene da Colômbia, o tejo. É uma vez que um tiro ao claro: lança-se um pequeno disco de metal em uma placa de madeira com pequenos pontos de pólvora, colocados sobre uma categoria de barro e que explodem com o impacto.
É geral encontrar equipes profissionais de tejo nas principais cidades colombianas, que disputam pequenos campeonatos em albergues, hotéis e bares uma vez que forma de promover a conexão de estrangeiros à cultura vernáculo. Além de ter regras simples, o tejo é frequentemente escoltado por sarau e cerveja. Um programa fácil e convidativo para turistas e iniciantes.