Início Turismo Bariloche reconquista brasileiros com câmbio favorável – 17/08/2023 – Turismo

Bariloche reconquista brasileiros com câmbio favorável – 17/08/2023 – Turismo

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A Argentina enfrenta uma das piores turbulências econômicas de sua história. Nesta semana, a arranque do deputado ultraliberal Javier Milei nas primárias das eleições fez o dólar disparar (em sua modalidade paralela, ele borda os 700 pesos) e os títulos da dívida argentina despencarem.

Mas não se falava em crise na tarde fria de uma quarta-feira de julho em que dezenas de turistas disputavam um lugar para suas pás de esqui ao pés de uma serra nevada do Cerro Catedral, a maior estação de prática do esporte na América do Sul, em Bariloche.

Ali, crianças de três a quatro anos de famílias endinheiradas fazem suas primeiras aulas de esportes no gelo, acompanhados de instrutores uniformizados. Quando se cansam, são enfileirados sentados na neve fofa, empacotados em suas roupas de insensível. Alguns comem chocolates ou levam bolinhas de neve à boca, despreocupados.

Ao volta, a maioria é adulta, e ouve-se bastante espanhol, qualquer inglês e muito português. Brasileiros desengonçados, mas animados, tiram fotos enquanto aprendem esqui ou snowboard.

“Agora, vamos fazer porquê se fosse o formato de uma fatia de pizza com os pés, veem? Assim conseguimos frear”, explica o instrutor Sebastian Pocho. Ele gesticula com munificência e usa com os brasileiros as mesmas analogias sobre formatos de comidas e posições de pés que funcionam com os esquiadores mirins que, sentados próximo dali, seguem provando a neve pisada do soalho. A técnica funciona, e nenhum dos brasileiros do grupo cai de bunda na neve gelada.

A melhor maneira de evitar desabar, entretanto, é já estar no soalho. E isso muito sabem os brasileiros que lotam o multíplice de Piedras Blancas, onde o esquibunda (20 milénio pesos por seis descidas) é a atração principal. Há cinco pistas com níveis diferentes de dificuldade. Crianças falantes de espanhol berram em coro rumo à número dois, a mais inclinada delas.

Grupos de adolescentes brasileiros em viagem de formatura do ensino médio perambulam em grandes grupos pelo lugar, identificados pelos casacos impermeáveis de agências de viagens. Hospedam-se em ski hotels no meio da cidade, de onde saem à noite em ônibus cheios de meninos alvoroçados e meninas de minissaia, imunes ao insensível, rumos às baladinhas da região.

O charme decadente da capital do inverno hermano parece torná-la também um orientação queridinho de políticos brasileiros. Também em um domingo de julho, o ministro de Portos e Aeroportos, Márcio França, podia ser visto jantando com a esposa e netos no Taberna Gallega Breogan, moradia especializada em frutos do mar com um modesto salão e talheres gastos. Acompanhou sozinho, pelo celular, a votação da Reforma Tributária no Congresso em uma mesa no La Parrila de Julian, tradicional churrascaria da região.

No mesmo período, o ex-ministro de Lula Ciro Gomes hospedava-se com a esposa e fruto no quatro estrelas Hotel Panamericano (diárias para parelha a partir de R$ 1.233 na subida temporada). O restante de sua família (num totalidade de 15 pessoas, entre adultos e crianças) ficou no luxuoso Psique del Lago (diárias por R$ 1.748, em média).

A presença de Ciro causou burburinho entre os brasileiros hospedados no Panamericano —a anedota favorita no moca da manhã era a de que o pedetista estaria hospedado na suíte “presidenciável”.

A respeito de uma hora de Bariloche, a charmosa Villa La Angostura abriga também a mansão de férias do ex-presidente prateado Maurício Macri, em condomínio no bairro Cumélen. A região é ainda orientação de férias da rainha Máxima da Holanda, filha de Jorge Zorreguieta, ex-ministro da ditadura militar argentina.

Para além dos influentes e famosos, a neve numeroso nas montanhas e o centrinho deleitável de Bariloche têm voltado a atrair brasileiros ao orientação em seguida a pandemia. A CVC, que oferece voos fretados da Latam direto entre Guarulhos e a cidade nos meses de julho e agosto, projeta um aumento de 25% no número de passageiros na subida temporada (entre junho e setembro), em conferência a 2022.

Os números já se assemelham aos patamares de 2019, afirma a sucursal, e a maioria dos contratantes de seus pacotes é formada por homens (54%) de mais de 40 anos e que viajam em grupos de 2 a 3 pessoas.

Com o peso prateado desvalorizado em relação ao real, famílias brasileiras acostumadas ao dispêndio de vida em grandes cidades porquê São Paulo podem considerar sedutor o custo-benefício de passeios tradicionais na região, porquê as entradas nos locais de práticas de neve (entre R$ 80 a R$ 200 por pessoa, em média, para passar o dia, a depender do câmbio), e as generosas porções de comida em bons restaurantes (de R$ 30 a R$ 120 por prato principal).

Os valores são atraentes para brasileiros, mas o dispêndio de vida e a obediência do turismo preocupa a cidade turística de 150 milénio habitantes. Posteriormente a chuva de cinzas que paralisou o turismo na cidade em 2011 e os lockdowns rígidos na pandemia, que incluíram rodízio de moradores que podiam transpor de moradia em dias da semana específicos, a região tenta também variar atividades —por meio, por exemplo, das pesquisas do Núcleo Atômico de Bariloche, referência na superfície na América Latina.

A cidade enfrenta, no entanto, o duelo de reter cérebros, muitos dos quais deixam o país em crise por oportunidades na Europa.

Pequenos banners de candidatos que concorrerão na disputa presidencial em outubro são vistos pelas ruas da cidade, mas os argentinos parecem cansados e receosos de discutir o tema, mesmo nesta que é uma região habituada a receber figuras políticas de férias com suas famílias. A polarização política argentina que desgasta o debate e acirra ânimos ganhou até sobrenome: ‘la grieta’.

Moradores porquê Joel Ezequiel Osório, 30, preferem não malparar um pressentimento sobre o pleito que se aproxima. “Não me meto na questão política. Não sabor”, diz o prateado nascido e criado em Bariloche – ou nyc (nacido y criado), conforme a denominação popular lugar, em oposição aos llyq (llegado y quedado – em referência aos argentinos de outras partes do país que mudaram-se para a cidade).

“Minha família está em pleno prolongamento, e acabamos de penetrar nosso próprio negócio de transporte de turistas e de cargas”, conta. “A inflação nos machuca muito, mas meus pais e avós também passaram por momentos difíceis e por fases melhores, e piores, que a atual.”

Revérbero da desigualdade no país, sua filha de oito anos, nascida e criada em Bariloche, não está entre os afortunados que começaram muito pequenos a esquiar nas muitas montanhas nevadas da cidade. Deve iniciar o estágio da atividade nos próximos meses, diz Osório. Usará a mesma técnica que o pai diz se valer para mourejar com as turbulências econômicas do país em crise: “Um dia de cada vez. Passito a passito”.

DICAS DE ONDE COMER E SE HOSPEDAR EM BARILOCHE

Taberna Gallega Breogan

San Martín 405, R8400. Mais informações no perfil

La Parrilla de Julian

San Martín, 590. Mais informações no perfil

Hotel Panamericano

San Martín, 536 70. Mais informações no site

Hotel Psique del Lago

av. Bustillo Km 1.151. Mais informações no site



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