A história de um dos mais tradicionais bordéis de Lisboa e a memória de suas antigas moradoras são o tema por trás de um novo projeto hoteleiro de luxo: o Madam’s Lounge.
A madame que dá nome ao espaço era a administradora do prostíbulo nos anos 1960 e uma das figuras marcantes da capital portuguesa naquela quadra.
O hotel está integrado à Pensão Paixão, um dos bares mais famosos da noite lisboeta, dos quais noção também faz referência ao pretérito de meretrício do prédio.
A construção, instalada na instagramável Rua Novidade do Roble (mais conhecida uma vez que Rua Cor de Rosa devido à pintura vibrante aplicada no soalho da via), passou por uma ampla reforma para homiziar o projeto hoteleiro.
São 22 quartos, todos com decoração dissemelhante, cada um com referências às vidas das muitas mulheres que ganhavam a vida cobrando pelas relações sexuais.
Em um mix de retrato histórico com pitadas de ficção, o hóspede é apresentado a nomes uma vez que Conceição Mestra do Tesão, Rita Engatadeira, Rosa Bandida e Raquel Gulosa. O clima caricato começa já na recepção, que simula a sala de um prostíbulo de luxo europeu do século pretérito.
Além da decoração temática, em alguns casos com objetos originais encontrados no próprio prédio do idoso bordel, as habitações têm ainda um QR code restrito, onde é provável reprofundar de forma mais aprofundada nos mistérios das personagens.
“Há cá também um trabalho muito sério de pesquisa, que nos permitiu chegar a essas histórias. Queremos mostrar um pouco do que se esconde por trás desse rótulo de ‘prostituta’ tão falado”, diz Roger Mor, diretor criativo e idealizador do noção do projeto.
O material que embasa as biografias e a concepção do hotel foi retraído por Roger Mor ao longo dos anos, em uma iniciativa que começou com a geração de uma peça de teatro sobre a quadra em que o ditador António Salazar (1889-1970) proibiu a prostituição: “Alice no País dos Bordéis”.
Até o primícias da dez de 1960, as profissionais do sexo podiam trabalhar em Portugal na quesito de “matriculadas”: ou seja, registradas junto às autoridades e cumprindo uma série de regras, com recta até a um livrinho de matrícula.
Os quartos contam ainda um pouco da história e dos costumes de Portugal naquela quadra. Muitas das mulheres chegavam aos bordéis depois serem abordadas pelas chamadas engatadeiras.
“As tais engatadeiras existiam porque, basicamente, a madame não podia se expor. Portanto, as engatadeiras iam para as estações de trem. Elas tinham uns cartões impressos e, ao mesmo tempo em que faziam promoção da morada [com os homens], iam recrutando novas meninas, que chegavam da província e não conheciam ninguém na cidade”, detalha o diretor criativo.
Embora o prédio conte com um elevador, as escadas do prédio também são atração. As paredes são adornadas por pinturas de Nuno Saraiva, um dos ilustradores mais conhecidos de Portugal.
As imagens coloridas, com toques humorísticos e sexualidade explícita, complementam as referências às personagens que são apresentadas nos quartos.
Localizado muito no epicentro da vida noturna lisboeta, o projeto tem ainda um outro diferencial para aprazer o público mais baladeiro: o check out às 14h, duas horas mais tarde do que o habitual nos demais hotéis da cidade.
A chave do quarto serve ainda para que os hóspedes “furem a fileira” de ingressão no bar da Pensão Paixão, um dos points do término de semana na cidade.
As diárias começam em 150 euros (R$ 805) e é preciso ter mais de 16 anos para se hospedar.
LINK PRESENTE: Gostou deste texto? Assinante pode liberar cinco acessos gratuitos de qualquer link por dia. Basta clicar no F azul aquém.
