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Alter do Chão: Seca muda paisagem do ‘caribe amazônico’ – 03/10/2023 – Ambiente

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A estiagem no sul amazônico alterou a paisagem de pontos turísticos uma vez que Alter do Chão, província de Santarém, no Pará. O rio Tapajós tinha fundura de 1,58 m nesta terça-feira (3), o nível mais reles desde 2010 —ano da seca considerada a mais drástica desde o século 20— para a mesma data, quando a mensuração foi de 1,32 m, segundo a Resguardo Social do município.

As mudanças causadas pela estiagem são notadas nas principais praias da vila balneária de Alter do Pavimento, conhecida uma vez que o “Caribe da Amazônia“, distante 37 quilômetros de Santarém.

Na tarde desta segunda-feira (2), a reportagem acompanhou banhistas que passavam a pé em um ponto do rio que está sedento, onde antes nadavam.

A estiagem já é esperada neste período do ano, considerado o verão amazônico. Desta vez, no entanto, a baixa no nível do rio está além da média e já razão dificuldades na região do balneário. Há relato de falta de chuva potável em algumas comunidades do entorno, embora Alter do Pavimento em si não tenha registrado casos do tipo.

“Em Alter do Pavimento, os serviços estão normais”, diz o coordenador da Resguardo Social de Santarém, Darlison Maia.

No conduto que liga a vila à Ilhota do Paixão, onde no período pluviátil (inverno amazônico) a travessia é feita através de catraias (canoas), por conta da estiagem do rio Tapajós, os banhistas agora atravessam caminhando.

Outro ponto onde é verosímil constatar a dimensão da seca fica próximo ao meio de atendimento ao turista. No sítio, as vigas da ponte estão aparentes e um lago secou. “Alguns peixes e quelônios [(animais de casco como tartarugas] morreram”, conta o presidente do Recomendação Comunitário de Alter do Pavimento, Mauro Vasconcelos.

Neste mesmo início do mês, em 2022, o nível do Tapajós estava basicamente o duplo, na marca de 3,80 metros.

Diante desse quadro, o serviço dos catraieiros, que fazem a travessia dos passageiros pelo Tapajós por canoas, minguou. O turismo uma vez que um todo, porém, não foi substituído, na avaliação de Vasconcelos.

“Os turistas estão atravessando andando para a ilhéu [do Amor], e algumas pessoas que precisam pegar as lanchas estão caminhando até um quilômetro até o sítio onde o rio é mais profundo e está navegável”, explica.

Os meses de outubro, novembro e dezembro de 2023 serão mais secos do que o habitual na região Setentrião, segundo nota conjunta de Inpe (Instituto Vernáculo de Pesquisas Espaciais), Inmet (Instituto Vernáculo de Meteorologia), ANA (Sucursal Vernáculo de Águas e Saneamento Substancial) e Cenad (Meio Vernáculo de Gerenciamento de Riscos e Desastres).

No Pará, a superfície afetada pela seca avançou de 48% para 59% do território nos meses de julho e agosto, segundo a ANA.

Em razão da seca nos rios Tapajós e Amazonas, comandantes de embarcações precisam redobrar os cuidados na navegação.

A Capitania Fluvial de Santarém recomenda que os comandantes estejam atentos principalmente aos bancos de areia e que não naveguem à noite em trechos críticos. A Marinha alerta ainda para rajadas de vento, durante alguns períodos do dia, que podem provocar naufrágios.

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