De alguma forma, ainda é verão no Ceará. Pipas coloridas preenchem o firmamento azul porquê grandes pássaros sobrevoando o mar. No término de tarde, o vento dá uma trégua e se junta à luz alaranjada do sol para avisar que é hora de tirar a prancha da chuva. Estamos no Preá, vilarejo repleto de venustidade proveniente, a um passo da tão sonhada Jericoacoara.
Localizada no município de Cruz, a 245 km de Fortaleza (CE), a Praia do Preá é um dos santuários do kitesurfe mundial, ponto de encontro de amantes de esportes de vento vindos da Itália, da França, da Alemanha, de Portugal e, com mais frequência a cada temporada, brasileiros dispostos a se aventurar.
Graças à sua localização, o Ceará recebe ventos que vêm dos trópicos em direção à risco do Equador e, na costa, ficam ainda mais fortes ao se juntarem à brisa do mar. São sete meses de vento reservado ao ano. De julho a janeiro, a vento favorece a prática de esportes aquáticos e faz do período a subida temporada turística.
Zero de guarda-sóis ou cadeiras estendidas na costa. Isso porque a estadia na areia branca da Praia do Preá é breve, aos menos para os esportistas do kite. Aquele envolvente funciona unicamente porquê uma espécie de portal para as águas mornas do mar, cujas temperaturas oscilam entre 26°C e 28°C em qualquer idade do ano.
Quando o turismo no Preá começou a deslanchar, no início dos anos 2000, o perfil de quem visitava o vilarejo era mais “roots”, do tipo aventureiro. Eram jovens, principalmente garotos europeus, amantes do esporte aquático.
Aos poucos, o cenário foi mudando. O kite ficou mais seguro e passou a atrair gente de diferentes idades e perfis. “Hoje, nosso público é, na verdade, muito família”, conta Vanessa Chastinet, dona do Rancho do Kite, espaço talhado a aulas e treinamento para a prática do esporte. “Damos lição para crianças a partir de seis anos até mulheres de 50 a 60 anos. Não tem essa de idade para praticar.”
Aos iniciantes, dá para somar o kitesurfe, basicamente, em duas palavras: velejar e surfar. Vale lembrar que, acredite, as ondas são dispensáveis. Isso pelo indumentária de o esporte usar a força do vento para trasladar os aventureiros sobre uma prancha na chuva.
Quando o ponto é equipamento, a estrela é a pipa, que atua porquê uma asa, usando o impulso do vento para levar atletas para lá e para cá. Em dias de bons ventos (eles são abundantes), as pipas coloridas em cima do mar parecem orquestrar um ritmo no firmamento cearense.
Basta uma lição para entender por que o kitesurfe desperta tanta paixão. É uma atividade que demanda concentração. É preciso estar 100%, digamos, imerso nela para conseguir fazer sobrevir. Você se desliga do mundo. Por algumas horas, zero mais importa.
Para dominar a arte do kitesurfe, são recomendadas de 10 a 12 horas de lição. No Rancho do Kite, o curso capital de 12 horas de lição sai por R$ 3.900. Cada lição tem duração de duas horas, portanto, são, em média, seis dias de prática.
Já a Play Kite School, outra escola dedicada ao esporte, o valor é de R$ 3.120 pelo pacote iniciante de 12 horas de lição. Para quem já pratica kitesurfe, tem equipamentos e quer se aprimorar, a lição avulsa custa, em média, R$ 150.
Em termos de grana, o esporte ainda não é tão democrático, vá lá. O preço das aulas reflete o gasto necessário para comprar os equipamentos. Um kit completo, novinho, pode custar R$ 20 milénio.
Buscar uma escola de kitesurfe, todavia, é precípuo para quem quer debutar ou simplesmente testar a graçola, coisa que é muito generalidade neste idade do ano, sobretudo entre turistas vindo de São Paulo. Informação importante: os voos que partem de Congonhas (com graduação) e Guarulhos aterrizam no aeroporto de Jericoacoara, que fica em Cruz, cidade na qual está o vilarejo do Preá.
Brasiliense que virou preaense há 20 anos, Vanessa, do Rancho do Kite, começou a velejar em 2003. A experiência e a paixão pelo esporte colocaram-na entre as primeiras instrutoras de kitesurfe no Brasil. Além do esporte, ela, é simples, é apaixonada pelos ventos e pelas praias do lugar onde vive.
É simples que o vilarejo do Preá, ali, colado ao Parque Vernáculo de Jericoacoara, entraria na rota de interesse imobiliário que vem sacudindo, sobretudo, o litoral nordestino. Hoje, está na mira de investidores tanto brasileiros quanto estrangeiros.
Ex-sócio e co-fundador da XP Investimentos, Julio Capua, é um enamorado pelo kite. Com tino para os negócios, ele fundou o Grupo Carnaúba, que está envolvido na construção de três empreendimentos na região: o condomínio de sobranceiro padrão Vila Carnaúba, o hotel de luxo Anantara Preá e o Carnaúba Wind House, um clube de hospedagem.
Os investidores buscam solidificar o Preá porquê um tramontana atrativo para famílias, para além dos praticantes de kite, mantendo sua existente mística de paraíso intocado.
Por fim de contas, o Preá, além de ‘meca’ do kitesurfe, é, supra de tudo, um destino praieiro, onde pipas, canoas, bikes, caminhadas ou contemplações do sol nascendo ou se pondo no oceano fazem segmento da rotina praia.
ONDE SE HOSPEDAR
CASA SIARÁ
Suítes com diárias a partir de R$ 2.500 na baixa temporada (1º de fevereiro a 30 de junho, exceto feriados); e R$ 4.500 na subida temporada (1º de julho a 31 de janeiro, exceto feriados). Moca da manhã incluso
Avenida Cercadura Mar, 931, Praia do Preá
POUSADA SÍTIO PHOENIX
Oferece suítes com diárias a partir de R$ 200, bangalôs a R$ 230 e chalés a R$ 260; moca da manhã incluso
Rua do Português, s/nº (Cercadura Mar), Praia do Preá
RANCHO DO KITE VILLAS
Moradia de madeira para até oito pessoas, com diárias a partir de R$ 4.200. Com moca da manhã incluso
Rua da Praia, s/nº, Praia do Preá
RANCHO DO PEIXE
Oferece bangalôs com diárias a partir de R$ 900 (baixa temporada) e R$ 1.800 (subida temporada). Com moca da manhã incluso
Rua da Praia, s/nº, Praia do Preá
ONDE FAZER AULAS DE KITESURFE
PLAY KITE SCHOOL
Promove curso individual para iniciantes: 2 horas, por R$ 580; 4 horas, por R$ 1.120; 8 horas, por R$ 2.160; 12 horas, por R$ 3.120; Aulas avançadas: R$ 150 a hora (sem equipamento incluso); Aluguel de equipamento completo por R$ 200 a hora
RANCHO DO KITE
Oferece curso individual para iniciantes: 4 horas, por R$ 1.460; 8 horas, por R$ 2.800; e 12 horas, por R$ 3.900; Há também aulas avançadas, entre R$ 145 e R$ 220 a hora por pessoa (sem equipamento incluso);Aluguel de equipamento completo: a partir de R$ 315
O QUE COLOCAR NA MALA
- Uma vez que é um tramontana praiano, a recomendação universal é de roupas leves e frescas, chinelos ou sandálias, roupas de banho, óculos de sol e bonés/chapéus
- Mas há três itens que não podem faltar, principalmente para quem quer se aventurar no kitesurfe: protetor solar, repelente e camiseta com proteção UV
- Dica extra: evite sapatos fechados, que ficarão cheios de areia, e vestidos curtos, que serão movimentados pelo vento e te deixarão no melhor estilo Marilyn Monroe
