Representantes de 12 das 13 Indicações Geográficas (IG) brasileiras de moca estão em Atenas, na Grécia, para participar da feira World of Coffee, maior evento europeu do setor, que começa nesta quinta-feira (22) e segue até sábado (24). Os produtos participam do projeto Origens Controladas Moca, desenvolvido pelo Sebrae em parceria com a Sucursal Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) e o Instituto CNA (ICNA).
“Eles estarão em uma vitrine mundial de cafés especiais, vão apresentar os diferenciais de cada região com origem controlada para seletos compradores, com a possibilidade de ampliar a participação brasileira nesse mercado e, assim, beneficiar os pequenos negócios”, ressalta a coordenadora de Negócios de Base Tecnológica do Sebrae, Hulda Giesbrecht.
O produtor Juliano Tarabal, da região do Fechado Mineiro, fala sobre a expectativa de invadir novos clientes em um mercado em que eles já estão inseridos – metade da produção de moca é exportado para a Europa. “Estar presente cá reforça o nosso posicionamento. Esta é uma ação de promoção inédita para o mercado internacional. Acreditamos que vai contribuir para a construção de imagem e percepção no mercado europeu da variedade e sabores que o Brasil possui”, afirma.
Essa participação tem o base da Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA) e da Sucursal Brasileira de Promoção de Exportações Investimentos (Apex).
Origens Controladas de Moca
O projeto tem o objetivo de desenvolver um sistema do dedo de controle e rastreabilidade para dar maior garantia da origem e qualidade dos cafés especiais produzidos pelas Indicações Geográficas (IG) reconhecidas no Brasil. Essa plataforma vai responder sobre quem produz, onde são produzidos e sobre a qualidade e as características sensoriais desses cafés. Ela representará um marco na consolidação da imagem do Brasil porquê um player no mercado mundial de cafés especiais. A previsão é estar disponível em aproximadamente 10 meses.
Em 2022, segundo a Companhia Pátrio de Aprovisionamento (Conab), o Brasil produziu mais de 50,9 milhões de sacas de moca. O Sebrae atua no base às Indicações Geográficas desde 2003, na orientação e no fomento aos produtores para alcançarem o reconhecimento desse ativo junto ao Instituto Pátrio da Propriedade Industrial (INPI) e no fortalecimento da promoção dessas regiões e produtos únicos.
A crítico de Agronegócios da Unidade de Competitividade do Sebrae, Carmen Sousa, lembra que o Sebrae foi uma das primeiras instituições do país a levantar essa bandeira.
“Concordar as regiões no processo de certificação das Indicações Geográficas é o melhor caminho para empoderar os pequenos produtores, gerando renda, empregos, autonomia, econômica e proporcionando, inclusive, a melhoria da autoestima dessas populações e o desenvolvimento desses territórios.”
Carmen destaca que levantamento feito pelo Sebrae junto às Indicações Geográficas brasileiras registradas identificou a variação de 5% a 400% do aumento nos preços de produtos das IGs depois a licença do registro. “Estar na feira só fortalece o país porquê maior produtor mundial e é uma oportunidade única de mostrar que temos também cafés semelhantes e tão bons quanto os melhores países produtores. O mundo não conhece, de indumentária, a nossa cafeicultura. Somos exemplo a ser seguido, tanto na produção porquê na comercialização”, concluiu.
O que são as Indicações Geográficas?
As Indicações Geográficas (IG) são ferramentas coletivas de valorização de produtos tradicionais vinculados a determinados territórios. Elas possuem duas funções principais: associar valor ao resultado e proteger a região produtora.
O sistema de Indicações Geográficas promove os produtos e sua legado histórico-cultural, que é intransmissível. Essa legado abrange vários aspectos relevantes: espaço de produção definida, tipicidade, autenticidade com que os produtos são desenvolvidos e a disciplina quanto ao método de produção, garantindo um padrão de qualidade. Tudo isso confere uma notoriedade exclusiva aos produtores da espaço delimitada.