O Brasil guarda 12% de toda a água doce do planeta. É a maior suplente do tipo no mundo, o que
faz do país um recordista de biodiversidade —e, em termos de turismo, um parque aquático proveniente de dimensões continentais.
No quinto capítulo da série de reportagens sobre cem lugares imperdíveis para conhecer no Brasil, a Folha traz a pluralidade de paisagens proporcionadas por rios do país, com águas transparentes, turvas, para velejar, reprofundar ou se banhar. Confira os destinos a seguir.
Ilhota do Marajó (PA)
As águas dos rios Amazonas e Tocantins se encontram com o oceano Atlântico ao passar pela maior ilha fluviomarítima do mundo, conhecida também por acoitar o maior rebanho de búfalos do país. Nos municípios insulares de Salvaterra e Soures, praias rodeadas por pequenos rios e igarapés, porquê a de Caju-una e da Chuva Boa, proporcionam bons banhos tanto na chuva guloseima quanto na chuva salgada. Para assimilar toda a imensidão do sítio, vale também embarcar nos navios que ligam Belém à Macapá, no Amapá, em uma viagem de 24 horas que contorna toda a ilhota.
As balsas e lanchas que chegam à Ilhota de Marajó partem dos terminais hidroviários de Belém e Icoaraci, ambos na capital paraense
Manaus (AM)
Um dos passeios mais famosos da capital amazonense desce o rio Preto até o ponto onde suas águas encontram com as do rio Solimões. As diferentes temperaturas e densidades fazem com que ambos os rios corram lado a lado sem se misturarem por outros 6 km, formando depois o rio Amazonas, maior do mundo. O mergulho não é recomendado por segurança, mas é provável tocar as águas e sentir a diferença entre elas.
Os passeios de navio que levam ao encontro das águas partem principalmente do Porto do Ceasa, a 11 km do núcleo de Manaus
Alter do Soalho (PA)
O rio Amazonas recebe as águas do rio Tapajós, na profundidade de Santarém, no Pará. Perto dali fica a vila de Alter do Soalho, que de agosto a dezembro, quando o rio baixa, chega a ter mais de 100 km de praias de água doce. Cartão-postal da vila e com boa infraestrutura, a praia da Ilhota do Paixão surpreende os visitantes, mas vale esticar a viagem em alguns dias para saber também as praias e comunidades ribeirinhas do rio Arapiuns, outro afluente que também deságua por ali.
A vila fica a 36 km de Santarém, pela rodovia PA-457
Parnaíba (PI)
Toda a chuva que cai no Piauí corre para o rio Parnaíba, que nasce em um parque pátrio criado para proteger suas nascentes e chega ao mar mais de 1.400 km depois, formando o terceiro maior delta oceânico das Américas e o terceiro maior do mundo. Ali, 73 ilhas com dunas e mangues formam paisagens paradisíacas e abrigam uma rica biodiversidade, incluindo espécies ameaçadas de extinção, porquê as tartarugas-marinhas e o peixe-boi-marinho.
A 340 km de Teresina, Parnaíba recebe voos diretos da própria capital e de Belo Horizonte (MG)
Piranhas (AL)
A partir dessa cidadezinha às margens do rio São Francisco, passeios de navio enveredam pelos cânions do Xingó, alagados pela construção da usina homônima nos anos 1990. Banhar-se nas águas do Velho Chico, por si só, já faz valer a visitante. Mas o sítio, visitado por D. Pedro 2º em sua viagem para saber a região, em 1859, e tombado porquê Patrimônio Cultural, guarda outros atrativos —entre eles, mirantes, o Museu do Sertão e a Rota do Cangaço, que leva até onde Lampião e Maria Formosa foram mortos em 1938.
A cidade fica a 270 km de Maceió e a 207 km de Aracaju (SE)
Ilhota do Bananal (TO)
De maio a outubro, a estiagem dos rios Araguaia e Javaés revela a maior ilhota fluvial do mundo, quase do tamanho do estado de Sergipe. Na transição entre o encerrado e a Amazônia, esse santuário ecológico é considerado Reserva da Biosfera pela Unesco e abriga dezenas de povos indígenas e espécies ameaçadas. Justamente pela proteção de diferentes demarcações e parques, as belezas da ilhota são acessíveis exclusivamente por expedições de navio, que incluem também o vizinho Parque Estadual do Cantão.
Os passeios que levam à ilhota partem de Caseara, a 260 km de Palmas
Caraíva (BA)
Não é à toa que essa pequena vila no litoral sul da Bahia rapidamente se tornou um dos destinos mais procurados do país. As ruas de areia fechadas aos carros dão um charme ao sítio, que oferece praias encantadoras (e às vezes até desertas) a poucos metros de estirão. A principal delas é a Barra de Caraíva, no encontro do rio homônimo com o mar. Por isso mesmo, as águas mudam a todo momento: na maré baixa, o rio escurece a chuva do mar e, na maré enxurrada, as águas salgadas deixam o rio mais simples. No pôr do sol, a paisagem ganha tons cinematográficos.
Partindo de Porto Seguro, a rota com melhores condições de rodagem tem tapume de 105 km, via BR-367 e Estrada de Trancoso (BA-001 e BA-283)
Capitólio (MG)
No prelúdios dos anos 1960, a construção da usina hidrelétrica de Furnas levou as águas esverdeadas do rio Grande a formar um enorme lago que transformou o município, a 280 km de Belo Horizonte, em um disputado ponto turístico. Os passeios de lancha por entre os cânions inundados, porquê o Vale dos Tucanos, proporcionam bons momentos de contemplação e banhos refrescantes—inclusive nas várias cachoeiras, que fazem segmento do roteiro. Para ter uma experiência mais tranquila, evite a região em feriados e férias.
Aproximação à cidade pela rodovia MG-050
Brotas (SP)
O principal destino de ecoturismo do interno de São Paulo, a exclusivamente 250 km da capital, tem atrativos que nem parecem ser possíveis a essa intervalo da metrópole. De tirolesas e cachoeiras porquê a Cassorova (a melhor para fazer rapel, com 60 metros de queda), até o famoso rafting nas corredeiras do rio Jacaré-Pepira, a cidade entrega um bate e volta jocoso, para fazer em um término de semana.
Aproximação à cidade pela rodovia SP-225
Bonito (MS)
As altas concentrações de calcário nos rios do entorno da cidade explicam as águas absolutamente cristalinas que proporcionam experiências de beleza cênica ímpar. Seja no rio da Prata, seja no rio Formoso ou no Sucuri, considerado um aquário proveniente, é provável reprofundar nas nascentes, nadar em meio a cardumes de diferentes espécies ou simplesmente flutuar apreciando a incrível biodiversidade subaquática do sítio.
Bonito fica a 300 km de Campo Grande, via BR-060, BR-419 e MS-382