Início Saúde RS chega a sete óbitos por leptospirose – 30/05/2024 – Cotidiano

RS chega a sete óbitos por leptospirose – 30/05/2024 – Cotidiano

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A Secretaria Estadual de Saúde (SES) do Rio Grande do Sul confirmou mais dois óbitos por leptospirose no estado, chegando a sete registros. As mortes, segundo a pasta, são de dois homens, de 56 e 59 anos, residentes de Porto Satisfeito e Canoas, respectivamente. Já o número de casos confirmados da doença chegou a 141, em um universo de 2,3 milénio notificações.

A proliferação da doença, transmitida por urina de animais infectados – majoritariamente ratos – configura mais um problema à população do estado, que enfrenta uma das maiores crises de sua história em razão das chuvas fortes desde registradas desde o término de abril.

O cenário de progresso da doença levou o Ministério da Saúde a uma projeção de ao menos 1,6 milénio casos depois as enchentes, causadoras da contaminação. É geral que casos de leptospirose surjam em maior ritmo em regiões afetadas pelos alagamentos, uma vez que a chuva oriunda de bueiros traz à superfície a urina dos ratos que habitam o sistema de esgoto das cidades.

O número estimado pelo Ministério é quatro vezes maior que a quantidade de casos registrados em todo o ano pretérito – 400 em todo o estado.

“Há tratamento para leptospirose e, por essa razão, nós recomendamos – queria enfatizar isso – que não se espere a confirmação do diagnóstico. Temos testes, o laboratório médio está processando esse material e isso é importante para que a gente conheça a veras. Mas o tratamento se dá a partir do momento em que se verificam os sintomas”, declarou a ministra Nísia Trindade nesta quarta (29).

Representantes do Ministério da Saúde se reuniram esta semana com prefeitos do estado, representantes da Força Pátrio do SUS e sociedades científicas do Rio Grande do Sul para discutir ações de enfrentamento a patologias causadas pelas enchentes e pelos temporais.

Além da leptospirose, o estado já contabiliza 182 casos de raiva, aumento de 133% em relação aos 12 meses do ano pretérito, período em que foram contabilizados 78 registros. Há ainda 28 notificações de acidentes com animais peçonhentos. Para as duas enfermidades ainda não há registros de óbitos.

Segundo o estado, há uma lentidão para diagnosticar as patologias, uma vez que o Laboratório Meão, responsável pelas análises, enfrenta uma sobrecarga de notificações vindas de dezenas de municípios, cada uma com informações seguindo os próprios critérios.

A leptospirose é uma doença infecciosa causada pela bactéria leptospira, geralmente adquirida pelo contato com chuva ou solo contaminados. Na tempo inicial da doença, os pacientes podem sentir febre igual ou maior que 38 ºC, dor na região lombar ou na panturrilha e conjuntivite. Os sinais de alerta para seriedade, que podem romper a partir da segunda semana, envolvem sintomas uma vez que tosse, hemorragias ou insuficiência renal.

No Brasil não há vacina para uso humano contra a leptospirose.

Chuvas no sul

As chuvas fortes que atingem o estado do Rio Grande do Sul completaram um mês nesta quarta (29). O estado ainda tem mais de 620 milénio pessoas fora de morada, enquanto que muro de 48 milénio estão em abrigos – número que supera a população de 90% dos municípios do estado.

O número mais atualizado de óbitos revela que 169 pessoas perderam a vida, enquanto 44 seguem desaparecidas. O número de feridos é de 806, e a população afetada soma 2.345.400 pessoas.

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