Um parelha de pássaros de um metro e meio de profundeza dá as boas-vindas a quem desce no aeroporto de Kushiro, uma cidade portuária ao leste de Hokkaido, a ilhéu mais ao setentrião do Japão.
As aves são dois exemplares do grou nipónico, um elegante pássaro branco símbolo da imortalidade, embora ele próprio quase tenha sido extinto na região em meados do século 20.
O parelha que recebe os visitantes no aeroporto, abrindo suas enormes asas brancas, está empalhado numa vitrine, mas não se preocupe. Em menos de dez minutos de coche, é provável avistá-los passeando livremente por campos de arroz.
Os grous também aparecem em esculturas espalhadas pela região, lembrancinhas milénio e até nas tampas de bueiro da cidade. O pássaro era volumoso pelo Japão na idade dos xoguns, que mantinham alguns uma vez que bicho de estimação e comiam sua mesocarpo em eventos especiais.
“A história de preservação dos grous é um orgulho para os habitantes de Kushiro”, disse o guarda-florestal Hiroshi Yoshida, do Tsurui-Ito Tancho, um dos três santuários da região dedicados ao pássaro. “Eles são importantes para cidade. Não há recursos turísticos além dos grous.”
A melhor idade para vê-los é no inverno, entre novembro e março, quando a temperatura gira inferior do zero intensidade e pode chegar a -20ºC. É quando a comida fica escassa nas zonas úmidas de Kushiro, e eles passam a frequentar os santuários para se fomentar.
Nos anos 1950, a região criou uma tradição de “alimento sintético” com grãos de milho, ajudando a aumentar a população de aves e evitando assim sua iminente extinção. Hoje, são muro de 1.900 grous residentes no Japão, contra muro de 30 na idade.
O Grus japonensis (nome científico) é também espargido uma vez que grou-da-manchúria ou grou-de-coroa-vermelha devido à pele exposta no topo da cabeça. Famosos pelas curiosas danças de acasalamento, eles também simbolizam fidelidade e decoram cerâmicas e pinturas centenárias guardadas em museus pelo país.
Das 15 espécies de grous no mundo, nenhuma habita a América do Sul. O nipónico é o segundo grou mais vasqueiro do mundo, detrás somente do grou-americano.
A teoria de fomentar os pássaros veio de Sadajiro Yamazaki, um cultivador que se surpreendeu ao pegar as aves, logo raríssimas, bicando os sacos de milho que ele guardava para seu rebanho. Seus netos continuam com a atividade e lideram o Akan International Crane Center, um dos santuários de Kushiro, a 20 km do aeroporto.
No inverno, centenas de aves descem nos campos cobertos de neve do meio para se fomentar. Há um deque de reparo enroupado e outro a firmamento lhano, que recebem 20 milénio turistas por ano, principalmente fotógrafos. Um museu simpático, embora um pouco datado, traz cartazes e fotografias desbotadas, incluindo imagens do pioneiro Yamazaki-san.
O número de aves nos santuários tem minguado com a redução na “alimento sintético” nos últimos anos. O objetivo é fazer com que os grous dependam menos dos humanos e expandam seu habitat, embora muitas vezes eles acabem “assaltando” estoques das fazendas.
“É também uma forma de evitar grandes aglomerações de aves em tempos de gripe aviária”, disse Yoshida, do qual meio recebeu 250 grous de uma só vez nesta temporada. “Mas eles dependem da nossa comida para passar os invernos congelantes. É um duelo importante para o horizonte aumentar seu habitat.”
Ainda que seja difícil ver grous livremente fora do inverno, não é impossível. Alguns pares dão o ar da perdão em campos de arroz e milho, por isso é preciso permanecer sengo ao guiar pelas estradas da ilhéu. Os santuários também possuem aves em cativeiros, em grandes jaulas externas, para um programa de reprodução sintético caso um dia seja necessário.
Florestas encantadas
Kushiro, com menos de 200 milénio habitantes, é porta de ingresso de parques nacionais ao leste de Hokkaido, com florestas encantadas que parecem cenários dos filmes do Studio Ghibli.
Não à toa, o estúdio tem uma lojinha no balneário de Akanko Onsen, muito em frente a uma vila tradicional do povo ainu, indígenas cujas culturas inspiraram personagens das animações. A vila vende artesanatos, uma vez que objetos esculpidos em madeira, principalmente de ursos e corujas, deuses dos Ainu.
Esta região à margem do lago Akan, segmento do Parque Pátrio Akan-Mashu, possui hotéis e restaurantes, além do Museu Akankohan. Dali saem trilhas que levam até a praia do lago e a pequenas piscinas de vasa borbulhantes. A atividade vulcânica aquece os onsens (spas) dos hotéis e os banhos de pé públicos espalhados pelo balneário.
A melhor trilha, no entanto, fica do outro lado do parque, com um caminho enroupado de almíscar, samambaias e musgos, saindo do Kawayu Repercussão Museum Center. A floresta fechada termina num campo lhano seco aos pés de um vulcão em atividade, o Monte Io. É um cenário quase idílico, não fosse o cheiro de gases sulfurosos, pontuado por inúmeras fumarolas amarelas que emitem constantes nuvens brancas.
A trilha leva uns 60 minutos a pé (ida e volta), embora seja provável ir de coche e estacionar muito perto da serra, ao lado dos ônibus de turismo, num meio com restaurante e lojinha.
Sem muita opção de hospedagem por cá, o hotel Art Inn é uma atração por si só. Com somente três quartos, cada um tem seu onsen pessoal. Cada espaço foi trabalhado por um artista, e o hotel promove em janeiro e fevereiro o Extreme Cold Art Festival (festival de arte indiferente extremo), um pouco propício para uma região que chega a -30ºC.
Sapporo
Sapporo, a capital de Hokkaido, fica a 300 km de Kushiro, com voos frequentes de 45 minutos entre as duas cidades. O aeroporto mais próximo de Sapporo, em Chitose, é gigantesco, com cinema, onsen e parques de diversão dedicados a Hello Kitty e Doraemon.
Para muitos adultos, Sapporo é sinônimo de cerveja e vale visitar o multíplice da empresa. A bebida começou a ser fabricada na cidade em 1876, uma vez que uma iniciativa do governo lugar que trouxe um rabino cervejeiro nipónico treinado na Alemanha.
Em outubro do ano pretérito, deu para visitar o museu (tour gratuito) e fazer a degustação (três cervejas em copos de 250ml por muro de R$ 33) sem comprar ingresso online, que estava esgotado. Parece que no verão a história é outra e é melhor não malparar. Também não deixe de tomar a Sapporo Classic, distribuída somente em Hokkaido e fabricada com ingredientes locais.
O espaço de degustação não serve comida, mas há três restaurantes no multíplice especializados em churrasco e muita mesocarpo de cordeiro. O museu é todo em nipónico com alguma tradução em inglês, com destaque para uma coleção maravilhosa de cartazes publicitários, muitos estrelados por gueixas brindando com garrafas de Sapporo.
Com quase 2 milhões de habitantes, a capital de Hokkaido lembra uma versão charmosa e diminuta de Tóquio. Saem as multidões e o ritmo frenético, fica aquele clima urbano com pequenas surpresas a serem descobertas.
Uma delas foi o Milk Mura, uma sorveteria alcoólica escondida no sexto marchar de um prédio mercantil. A decoração é kitsch parisiense, e quem atende é a dona do lugar, uma japonesa que inventou um ritual para tomar sorvete com caldas de bebidas variadas (licor de matcha, rum, absinto, etc). É preciso usar uma microcolherzinha para servir gotinhas de álcool em cada colherada de sorvete. Ela explica tudo com paciência, e no final é só expressar “kanpai!”.